Pré-candidato ao Senado pelo PT, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano, diz que não abrirá mão de sua proximidade com a direita e o governador Cláudio Castro, do PL do presidente Jair Bolsonaro, para apoiar a candidatura de Marcelo Freixo (PSB), com quem os petistas formam chapa no Rio de Janeiro. Segundo Ceciliano, suas conexões com o bolsonarista, principal adversário de Freixo na corrida ao Palácio Guanabara, podem ser a chave para avançar nas pesquisas, nas quais oscila entre o quarto e o quinto lugar.
“A base de apoio dele [Cláudio Castro] é a base da Alerj, é a que me elegeu presidente por duas vezes. Além disso, ele tem um nome forte por ocupar o cargo. Quem fica distante dele é maluco”, afirmou Ceciliano ao Congresso em Foco. O deputado estadual apareceu em fotos, recentemente, beijando a testa do governador, o que causou constrangimento entre aliados do PT.
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Ceciliano ameaça abandonar Freixo caso o PSB não desista de lançar a candidatura do deputado federal Alessandro Molon ao Senado. O presidente da Alerj costura alianças com prefeitos e deputados de partidos de direita e centro que acenam com apoio ao ex-presidente Lula. O principal alvo do deputado estadual são as lideranças de municípios da Baixada Fluminense. Na região, ele conta com apoio de prefeitos do MDB, do União Brasil e até mesmo do PP, um dos principais partidos da base de sustentação de Jair Bolsonaro.
“Quem ajuda a eleger senador no Rio é o presidente da República. A força do presidente é que elege, tanto que em 2018 elegeu Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Arolde de Oliveira, que veio a falecer”, relembrou. Ceciliano afirma respeitar a candidatura de Freixo, mas teme que sua aproximação com o candidato do PSB possa comprometer sua estratégia de buscar uma frente ampla. “Freixo é meu irmão, meu amigo. (…) Mas eu não vou conseguir fazer um encontro tão amplo se eu apoiar ele e largar a construção das alianças que construí ao longo dos últimos anos”, explicou.
Para chegar ao Senado, Ceciliano diz que não pretende competir por espaço com o PSB. “Meu nome não concorre contra o Molon. Meu nome concorre contra Romário, concorre contra Washington Reis, contra Marcelo Crivella e contra o Cabo Daciolo. Pelo Molon, eu tenho respeito. Ele é um bom quadro, um importante deputado da oposição”, declarou. Molon já avisou ao deputado que não desistirá da candidatura ao Senado.
PublicidadeO deputado estadual considera que o atrito deve ser resolvido entre os diretórios. “O PT tem um acordo de coligação com o PSB, e esperamos que seja mantido o acordo. Se não for possível, paciência, vamos manter a candidatura independente da do Molon”.
Para Ceciliano, a corrida em busca do voto de eleitores de centro e direita não compromete seu compromisso com o PT ou com demais aliados de esquerda. “Nosso posicionamento continua o mesmo, as pautas continuam as mesmas: defender os direitos humanos, defender as minorias, defender a democracia. É o que fazemos diariamente na Alerj. Meu partido é o PT, não tenho vergonha alguma do meu partido. Mas a ideia é fazer uma candidatura que vá além do campo da esquerda, além do PT”, ressaltou.
Castro assumiu interinamente o governo do Rio de Janeiro após o impeachment de seu antecessor, Wilson Witzel. Eleito vice-presidente pelo PSC, migrou para o PL pouco depois da entrada de Jair Bolsonaro. Para Ceciliano, a preferência pelo mesmo partido não torna o governador um aliado direto de Bolsonaro. Ceciliano tem o apoio do vice-presidente nacional do partido, Washington Quaquá, em sua estratégia de aproximação com bolsonaristas. “André é presidente da Alerj e tem na base dele um arco imenso de apoio. Ele é o majoritário do Lula no Rio, e ajuda a ampliar a campanha de Lula para muito além da esquerda, que é o que precisamos”, declarou Quaquá ao Congresso em Foco. Ele integra o grupo de trabalho encarregado de analisar cenários eleitorais nos
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