Os senadores da tropa de choque de Jair Bolsonaro que atuaram na CPI da Covid-19 querem aproveitar a visibilidade ganha na comissão e já fazem planos de concorrer a governador em seus respectivos estados nas eleições de 2022. Dos quatro senadores alinhados ao presidente, apenas Jorginho Mello (PL-SC) irá concorrer sem dificuldades, conforme levantamento realizado pela Folha de São Paulo. Principais adversários aos seus cargos são os demais bolsonaristas de seus estados.
O senador Jorginho Mello é pré-candidato ao governo de Santa Catarina, onde já possui uma série de elementos em seu favor: ao mesmo tempo que coleciona aliados na cúpula do bolsonarismo, como o apoio do próprio presidente bem como do empresário Luciano Hang, que planeja se candidatar ao Senado; Mello irá concorrer contra o atual governador de seu estado, Carlos Moisés. Quando assumiu o cargo, o atual governador era aliado ao PSL. Hoje encontra-se sem partido, e perdendo aos poucos o apoio da ala bolsonarista.
Leia também
Assim como o senador catarinense, Marcos Rogério (DEM-RO) também mira o governo de Rondônia. O estado também conta com um eleitorado majoritariamente alinhado com o presidente, mas o senador terá de resolver problemas internos em seu próprio partido para conseguir se candidatar. Com a fusão entre DEM e PSL, Marcos Rogério pode ser deixado de lado em favor de Marcos Rocha, atual governador de Rondônia pelo PSL.
O gaúcho Luis Carlos Heinze (PP-RS) já conta com o desafio de se apresentar como a principal liderança bolsonarista em seu estado, onde terá de concorrer com Onyx Lorenzoni, atual ministro do trabalho de Bolsonaro. Heinze possui em seu favor o flerte de sua legenda com Jair Bolsonaro, que enxerga o PP como um possível destino para sua candidatura à presidência em 2022.
Para Eduardo Girão (Podemos-CE), o cenário é ainda mais dúbio. O senador mantém uma postura de apoio às pautas bolsonaristas sem se declarar abertamente como aliado do presidente. Enquanto isso, Jair Bolsonaro acena em favor do deputado federal Capitão Wagner (Pros-CE), com maior apoio da ala bolsonarista em seu estado.
> Quatro em cada dez deputados do PSL vão deixar o partido por fusão com o DEM
> Eduardo Bolsonaro defende gastos com comitiva em Dubai
Deixe um comentário