O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) apagou, nesta madrugada (30), publicação na qual contrariava uma entrevista que deu à Revista Crusoé, divulgada na noite de terça (29). À revista, Miranda teria dito que, em reunião com lobista e com o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), recebeu oferta de propina para não atrapalhar o esquema de corrupção no contrato firmado – e agora suspenso – para a compra da vacina indiana Covaxin. Nesta manhã, Barros cobrou o parlamentar por ter apagado o tuíte.
“A Revista Crusoé é responsável por suas matérias e certamente arcará com o que escreve! Não quero ser usado para criar narrativas e volto a afirmar que todas as minhas conversas com Ricardo Barros foram republicanas e não vou me pronunciar sobre fatos que não posso provar!”, escreveu Miranda no Twitter, às 21h52 do dia 29.
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Porém, às 8h desta quarta-feira, a publicação já não estava mais no perfil do deputado. Ricardo Barros, que de acordo com Miranda foi citado por Bolsonaro como possível responsável pelas irregularidades nos contratos da Covaxin, cobrou o deputado federal por excluir a postagem. “Publicou, me marcou e apagou! Por que excluiu?”, questionou Barros, em três publicações diferentes.
PublicidadePublicou, me marcou e apagou! Por que excluiu? @LuisMirandaUSA pic.twitter.com/v6roogpXw7
Publicidade— Ricardo Barros (@RicardoBarrosPP) June 30, 2021
O líder do governo também já havia se posicionado na noite anterior quanto às acusações feitas por Miranda à revista. “Quanto à matéria da Crusoé, conheço Silvio Assis. Estive em sua casa onde encontrei diversas autoridades e parlamentares, inclusive o Luís Miranda. Mas nunca tratei com ele tema relacionado às vacinas. Reitero que não participei de negociação referente a compra da Covaxin”, escreveu. Hoje, a CPI da Covid no Senado deve votar a convocação de Barros.
O Congresso em Foco procurou Luis Miranda para entender os motivos para ter excluído a publicação, assim como as declarações dadas à Crusoé. O deputado, no entanto, ainda não retornou as mensagens. O espaço segue aperto para manifestações.
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