Depois de quase cinco meses sem nomear um senador para a vaga de líder do Governo no Senado Federal, o Palácio do Planalto voltou a costurar negociações sobre quem deverá assumir o posto. Entre os acordos em vista, o nome do senador Alexandre Silveira, do PSD de Minas Gerais, voltou a ser cogitado. A liderança, no entanto, não é bem vista pela bancada do seu próprio partido.
Interlocutores da legenda de Gilberto Kassab no Legislativo afirmaram ao Congresso em Foco que o partido quer permanecer neutro durante o primeiro turno do período eleitoral. O PSD não terá nomes disputando o pleito presidencial. Já no segundo turno, existe a possibilidade de declarar apoio a um dos possíveis candidatos: Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, ou Jair Bolsonaro, do PL.
Uma vez que haja um nome da sigla dentro da liderança do Governo no Congresso, os parlamentares temem que a liberdade de apoio esteja em risco. E, segundo os congressistas, assumir a liderança impediria qualquer tipo de aproximação do PSD com o PT e com o ex-presidente Lula. Para eles, é isso que o Executivo quer com o convite encaminhado a Silveira.
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Aceitando a liderança, o PSD também rompe com as negociações com o PT em Minas. Pelas conversas já firmadas, o PSD em Minas Gerais se juntaria ao PT em apoio a Alexandre Kalil (PSD), ex-prefeito de Belo Horizonte, para o governo do estado.
No entanto, o acordo está enfrentando um impasse por causa da vaga no Senado. As duas legendas querem um candidato próprio no Senado por MG. De um lado, Alexandre Silveira, que tenta reeleição pelo PSD, e do outro, o deputado federal Reginaldo Lopes, do PT.
Alexandre voltou ao jogo após o nome do senador Carlos Viana ser “retirado” da disputa. Em janeiro, o senador mineiro já tinha sido convidado para a função, mas declinou.
Já o senador Carlos Viana foi convidado para assumir a função de líder do governo no Senado em abril. Contudo, a nomeação não foi oficializada no Diário Oficial e, com isso, o posto não foi assumido de fato. Ao Congresso em Foco, a assessoria de imprensa do senador afirmou que o termo “desistir” não se aplicaria ao caso dele. Uma vez que ele foi convidado para o cargo e não chegou a ser nomeado líder.
“O senador foi convidado para assumir o cargo. Aceitou o convite. Entretanto, por algum motivo, o governo ainda não oficializou a indicação. Desde então, ele não foi comunicado sobre o desfecho.”, esclareceu a comunicação do parlamentar.
Aliado de Pacheco
Alexandre Silveira é visto como um nome de confiança pelo Planalto, por estar próximo ao presidente do Congresso Nacional e do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Além de ter uma boa interlocução com a equipe econômica.
Ele assumiu a vaga de senador no final de dezembro de 2021, como suplente de Antonio Anastasia (PSD-MG) – senador que ficou com a vaga de ministro titular no Tribunal de Contas da União (TCU). Em fevereiro, Alexandre Silveira recusou a vaga após divergências partidárias. À época, o PSD tinha o nome de Pacheco como pré-candidato à Presidência.
Na visão de aliados do presidente Jair Bolsonaro, o nome do senador é uma boa opção para representar o governo na Casa Alta. A posição principal estava em aberto desde que Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) deixou o posto depois de perder a disputa por uma indicação ao Tribunal de Contas da União (TCU).
Alexandre Silveira ainda deverá costurar reuniões com os companheiros de sigla para responder oficialmente ao convite do Governo Federal.
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