O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, usou o mesmo veículo que fez entregas de dinheiro desviado de contratos voltados para a aquisição de kits de robótica para municípios do estado de Alagoas. Lira usou o automóvel durante a campanha eleitoral de 2022. A informação está na denúncia feita pela Polícia Federal, que apura fraude na compra de equipamentos de robótica.
A Toyota Hilux preta vigiada durante janeiro é de propriedade de Murilo Sergio Juca Nogueira Júnior, policial civil e empresário investigado pela PF, segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo. Nogueira foi alvo de busca e apreensão durante a na quinta-feira (1º) e a Polícia encontrou um cofre com R$ 4,4 milhões em um endereço do empresário.
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Registros do próprio Lira confiados à Justiça Eleitoral, ainda em 2022, mostram que Nogueira fez uma doação no valor de R$ 4 mil ao ceder a picape para que o então candidato a deputado federal circulasse por 10 dias para fazer sua campanha. O empréstimo do carro foi formalizado a partir do dia 16 de agosto. Lira foi reeleito com a maior quantia de votos em Alagoas.
De acordo com a prestação de contas eleitoral do presidente da Câmara, que foi reeleito com a maior votação de seu estado, a cessão da Hilux foi formalizada em 16 de agosto por Murilo e a campanha de Lira.
Desvios milionários no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) deram ignição a uma operação da PF que investiga aliados do presidente da Câmara suspeitos de superfaturar kits de robótica.
Kits de robótica derrubaram diretor do MEC
O governo federal publicou nesta segunda-feira (5) a exoneração de Alexsander Moreira. que era diretor de Apoio à Gestão Educacional da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação. A demissão foi publicada no Diário Oficial da União depois de a Polícia Federal (PF) deflagrar uma operação contra um grupo suspeito de fraude em licitação e lavagem de dinheiro em Alagoas por meio da compra de equipamentos de robótica.
PublicidadeAlexsander Moreira foi exonerado porque o governo entendeu que ele não agiu para evitar a fraude. Um dos principais alvos da PF foi Luciano Ferreira Cavalcante. Ele, que é funcionário da Câmara dos Deputados, foi nomeado para a liderança do PP na Casa ainda quando o cargo era exercido por Arthur Lira. Imagens divulgadas pela própria PF sobre a operação mostram a apreensão de um cofre recheado de dinheiro na casa do aliado de Lira. Segundo a PF, a fraude gerou um prejuízo de R$ 8 milhões.
Foi na casa de Luciano Ferreira Cavalcante, que é aliado direto do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que a equipe da PF encontrou um cofre cheio de dinheiro.