Flagrado com dinheiro na cueca em uma operação da Polícia Federal, o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) pediu licença de 121 dias do mandato. Como o período de afastamento excede os 120 dias, seu suplente assumirá a vaga no Senado. O suplente de Chico é seu filho, Pedro Rodrigues (DEM-RR). Este não é o único caso de senador com parente na suplência. Ao menos três outros parlamentares estão na mesma situação.
O próprio presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), tem como primeiro suplente seu irmão José Samuel Alcolumbre. Conhecido como Josiel, o irmão de Davi é empresário e disputa a prefeitura de Macapá (AP) nestas eleições.
Já o senador Eduardo Braga (MDB-AM) tem como primeira suplente a esposa, Sandra Backsmann Braga. Em 2010, quando Braga se elegeu senador pela primeira vez, Sandra também ocupou o posto de suplente e chegou a assumir o cargo de senadora entre janeiro de 2015 e abril de 2016, quando Braga assumiu o Ministério de Minas e Energia.
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A suplência do senador Ciro Nogueira (PP-PI) é ocupada por sua mãe, Eliane Nogueira. Ela integra a chapa eleita em 2018 e ainda não chegou a assumir o mandato. Em 2019 Eliane chegou a defender que o filho se licenciasse do cargo para se dedicar às eleições municipais deste ano. Dessa forma, ela poderia assumir interinamente o mandato. Até este momento, entretanto, Ciro Nogueira não se afastou do cargo.
Mãe de um senador, suplente de outro
Há também no Senado um caso de parentesco cruzado entre suplente e senador. Nilda Gondim, primeira suplente do senador José Maranhão (MDB-PB) é mãe do também senador Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB), atualmente licenciado para se dedicar às eleições. José Maranhão foi eleito senador em 2014 e Veneziano nas eleições de 2018.
Em 2013, o Senado chegou a aprovar uma PEC que reduziria o número de suplentes de dois para um e impediria a indicação de parentes de senador para o cargo. O texto, entretanto, está parado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara há sete anos.