Lúcio Lambranho
O presidente hondurenho deposto em junho por um golpe militar, Manuel Zelaya, está na embaixada do Brasil em Tegucigalpa, capital do país. A informação foi confirmada, de acordo com as agências internacionais, pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em Nova Iorque.
A assessoria de imprensa da chancelaria brasileira em Brasília não confirma até o momento se o Brasil concederá asilo político para Zelaya. Mas Amorim disse aos jornalistas que o ato representa “um novo passo” para encerrar a crise política no país da América Central. De acordo com a assessoria do Itamaraty, o ministro está concedendo neste momento uma entrevista coletiva sobre o assunto para os correspondentes que cobrem a reunião da ONU.
Em entrevista coletiva na representação diplomática do Brasil em Honduras, Zelaya disse que o diálogo com o governo de Roberto Micheletti será intermediado a partir de amanhã pelo secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza.
Esta é a segunda vez que o Brasil ajuda nas negociações. Logo após o golpe de Estado no dia 28 de junho, o país emprestou um avião da Força Aérea Brasileira para que Insulza fosse para a região discutir a crise com o presidente da Costa Rica, Oscar Arias.
“Esta manhã Insulza me anunciou que pode vir hoje mesmo para iniciar o diálogo”, disse Zelaya na coletiva. “Minha presença aqui é para que o diálogo seja feito com a minha presença. As forças armadas devem apontar seus rifles aos inimigos do povo e não contra o povo”, completou o presidente deposto.
No dia 21 deste mês, o governo dos Estados Unidos suspendeu o visto de ingresso no país do presidente golpista de Honduras, Roberto Micheletti. A decisão também atingiu o chanceler Carlos López e 14 juízes da Suprema Corte de Justiça. A medida tentava aumentar a pressão para a volta ao poder de Zelaya (leia mais).
O Congresso em Foco esteve em Honduras, em julho, logo após o golpe de Estado. Leia aqui todas as reportagens especiais sobre o assunto publicadas pelo site.
Leia também no Fórum:
Leia também
Deixe um comentário