O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), comentou há pouco o uso que costuma fazer de um helicóptero da Polícia Militar em voos entre São Luís e sua ilha particular, no litoral maranhense. Como informou hoje (segunda, 22) o jornal Folha de S.Paulo (confira), a aeronave já serviu a Sarney e sua família ao menos duas vezes neste ano, embora tenha sido adquirida, ao custo de R$ 16,5 milhões, para “combater o crime e socorrer emergências médicas”.
Rodeado de repórteres na saída do Senado, Sarney repetiu o teor de nota divulgada ao jornal por sua assessoria, segundo a qual ele tem direitos de ex-presidente da República assegurados “em todo o território nacional”. “Eu tenho direito a transporte e segurança, de representação. Quando se fala em direito de representação, não é a serviço. Porque o presidente, que é o chefe do poder, onde ele vai tem direito a transporte e segurança”, resumiu apressadamente o senador. Ele se negou a comentar a situação do cidadão que, com traumatismo craniano e clavícula quebrada, teve de esperar um dos passeios de Sarney acabar para ser atendido pela PM.
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Em uma das caronas de helicóptero público, registrada em vídeo obtido pelo jornal paulista, Sarney aparece na companhia de um empresário que tem contratos milionários com o governo maranhense – que é chefiado pela filha Roseana Sarney (PMDB). Duas viagens foram flagradas por um cinegrafista amador em dois domingos (26 de junho e 10 de julho), no desembarque do heliporto da PM na capital maranhense.
Sobre o episódio, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse que o colega de partido, alçado à condição de “papa” por sua posição na política brasileira, hoje em dia é “uma figura institucional”, e que há 30 anos o que ele faz “está feito”. “Se ele usou, está usado”, resignou-se o parlamentar gaúcho.
Confira:
Simon: “Sarney é que nem o papa”
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