O relator da CPI do Mensalão, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), indicou que foram empregados recursos do “valerioduto” na campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2002. Os recursos teriam saído de empréstimos feitos pelo empresário Marcos Valério nos bancos Rural e BMG e repassados para o caixa dois do PT.
No relatório final, preparado às pressas de terça-feira para hoje, o parlamentar diz que a CPI constatou que o dinheiro do caixa dois distribuídos pelo ex-tesoureiro petista para partidos da base aliada foi parar na campanha de Lula. “Com esses recursos financeiros foram pagas despesas de campanha presidencial, de governadores de estado, de deputados federal e estadual, nas eleições de 2002, e de prefeito municipal em 2004”, afirma Abi-Ackel em seu texto.
Em outro ponto do documento, o relator conclui que não há indícios que comprovem a compra de votos de deputados para a aprovação da emenda da reeleição em 1997, durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
“As apurações referentes ao suborno de parlamentares para a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição nº 1, que dispõe sobre a reeleição para mandatos executivos, há pouco iniciadas, não contêm revelações que mereçam ser registradas”, enfatiza o progressista. Ele ressalva, no entanto, que o curto prazo de funcionamento da CPI não possibilitou que as investigações fossem aprofundadas.
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Quando a oposição queria instalar a CPI do Mensalão, o Planalto comprou briga para que a comissão investigasse não apenas o escândalo do mensalão, mas também as suspeitas de compra de votos de parlamentares em outros governos, como no caso da emenda da reeleição.
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