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Segundo Randolfe, a deliberação do pedido de reconvocação de Marconi depende da votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias, em discussão pelo Congresso. Caso não ocorra a aprovação da matéria até a meia-noite de amanhã (terça, 17), o que implica a derrubada do recesso parlamentar (18 de julho a 1º de agosto), Randolfe planeja buscar o comando da CPI, na figura de presidente e relator – respectivamente o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) e o deputado Odair Cunha (PT-MG) –, para submeter o requerimento aos membros da comissão até a próxima quarta-feira (18). Se a LDO for aprovada já nesta terça-feira (17), o início do recesso impede qualquer atividade parlamentar ordinária – logo, a reconvocação do governador de Goiás ficaria para agosto.
Para Randolfe, a reconvocação é inevitável. “O governador tem que voltar à CPI e responder a uma pergunta: ele mentiu à CPI, ou não? O material que temos dá conta de que há fortes contradições entre o que foi dito pelo governador e os fatos que a CPI já apurou, fora os fatos relatados pela matéria da revista Época”, disse Randolfe, para quem a situação de Marconi, que já era “delicada”, agora ficou “gravíssima”. “Eu me arriscaria a dizer que o governador vem à CPI não mais na condição de testemunha.”
No requerimento, Randolfe destaca justamente as vantagens financeiras auferidas por Perillo por meio dos repasses de dinheiro público para a Delta. “De acordo com a publicação, a venda da casa para Carlinhos Cachoeira fora feita com um sobrepreço de R$ 500.000,00, pagos pela Construtora Delta S/A com a finalidade de viabilizar a liberação do pagamento de uma dívida de R$ 8.592.043,00 do Governo do Estado de Goiás com a empreiteira. A reportagem aponta ainda a ‘coincidência’ das datas de compensação dos cheques utilizados para o pagamento da casa com as liberações de parcelas de pagamento à Delta”, registra o senador, acrescentando que a operação foi conjuntamente orquestrada entre “membros da quadrilha de Cachoeira e representantes da Delta”.
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Falso testemunho
Para Randolfe, Marconi pode ter de responder, uma vez confirmadas as informações da revista, por crime de falso testemunho à comissão. Para o senador, faz-se necessário o indiciamento do governador por parte do Ministério Público Federal caso fique comprovado que ele mentiu à CPI – ele também negou que Cachoeira tivesse qualquer interferência na sua gestão. “Me parece que está patente o nível de envolvimento do senhor Carlos Cachoeira na estrutura do governo de Goiás. O governador não tem como negar isso”, argumentou Randolfe.
“Confirmado todo o conjunto de provas, de material que temos na CPI, não há dúvida de que o pedido de indiciamento do governador pela comissão é irreversível”, acrescentou o senador, fazendo menção a um possível inquérito em curso no Superior Tribunal de Justiça que, caso vire ação penal, pode ameaçar o mandato do governador de Goiás. “A providência a ser tomada em relação ao governador cabe à Assembleia Legislativa de Goiás.”