Pode sair do bolso dos filiados a verba para quitar ou reduzir a dívida de R$ 54 milhões contraída pelo PT ao longo da gestão do ex-tesoureiro Delúbio Soares. A partir deste domingo, em meio à maior crise dos 25 anos de história, o partido lança uma campanha nacional com a meta de arrecadar R$ 13 milhões entre os filiados, até o dia 13 de dezembro. A curto prazo, o PT tem de honrar R$ 8 milhões em compromissos.
O presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), se comprometeu com a militância de que os recursos angariados irão diretamente para o pagamento das dívidas e não para as despesas correntes. Berzoini começou o mutirão de dinheiro: doou R$ 1 mil do próprio bolso. Ele disse que se a campanha for bem sucedida, será possível saldar os compromissos emergenciais da sigla.
Berzoini também assegurou que, a partir da próxima campanha eleitoral, as contas do partido e da campanha serão segregadas. O novo secretário de Finanças, Paulo Ferreira, disse que haverá uma equipe específica para arrecadar e gerir os recursos destinados para o financiamento da busca pelos votos.
O presidente petista acredita que as denúncias contra o partido não vão prejudicar a campanha do PT, que pretende mobilizar 13 mil lideranças para a arrecadação. “Desde que nós identificamos esse problema, essas denúncias, nós verificamos que não foi o comportamento do partido, foi o comportamento de algumas pessoas e essas pessoas já estão fora da direção do partido”, afirmou.
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Dívida em números
Paulo Ferreira, disse que, do total de R$ 54 milhões, R$ 12 milhões correspondem a um leasing (aluguel com opção de compra) do Banco do Brasil para aquisição de 5 mil computadores. O leasing foi dividido em 42 parcelas, sendo que 27 já foram pagas. Ferreira revelou que as parcelas, de R$ 800 mil, são descontadas por meio de débito automático na conta do partido todo mês. E que a receita mensal da sigla está em torno de R$ 2,3 milhões.
PublicidadeDesde a posse da nova diretoria, o PT promove uma política de reestruturação de custos para cortar 40% das despesas com folha de pagamento e custeios gerais até o final deste ano. Ontem, demitiu 37 do quadro de 125 funcionários da sigla. Paulo Ferreira disse que o custo total da folha de pagamento da sede nacional, que fica na capital paulista, deve cair de R$ 560 mil (em junho) para R$ 340 mil, o custo projetado para dezembro. Ele afirmou que até agora, não há previsão de novas demissões.
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