De acordo com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, sete policiais militares e dois bombeiros foram atendidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) por conta dos efeitos do gás das bombas. Um deles chegou a ser levado para o raio-x da Câmara. Uma senhora que estava na manifestação apresentou sintomas de intoxicação.
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Das prisões, duas foram realizadas no início da tarde. Segundo o tenente-coronel Zilfrank Antelmo, da Comunicação Social da PM-DF, um dos detidos portava duas facas, um facão, um canivete, um punhal caseiro, um bastão portátil e uma máscara contra gás. O outro foi preso por portar um cigarro de maconha. Ambos foram levados à 5ª Delegacia de Polícia e já foram liberados.
Com o confronto entre manifestantes e policiais, outros oito foram detidos pela Polícia Militar, por seguranças da Câmara e do Senado. Uma parte do grupo foi levado para uma sala do Departamento de Polícia Legislativa (Depol). O órgão não forneceu informações sobre o trio. A assessoria de imprensa da Câmara confirmou que são três homens – um deles menor de idade – e que eles foram detidos como suspeitos de agressão a policiais.
Mais tarde, a assessoria da PM anunciou que dez pessoas foram presas sob a acusação de agressão. Parte dos manifestantes que protestam por melhores condições sociais e contra corrupção em Brasília jogou, na noite desta quarta-feira (26), rojões contra policiais militares que faziam um cordão para isolar a multidão de 5 mil pessoas da entrada do Congresso Nacional. De acordo com quatro manifestantes ouvidos pelo Congresso em Foco, os policiais atiraram bombas de gás lacrimogênio até mesmo em que atuava pacificamente.
Atuação
A Polícia Militar confirmou os fatos à reportagem. Mas, segundo o coronel Valverde, não seria possível agir de outra forma. Ele afirma que 30 policiais foram atingidos mais de 50 rojões. Em resposta, a PM arremessou de 15 a 20 bombas de gás lacrimogêneo. “Eles estavam no meio. Não tem jeito de a gente adivinhar quem estava no meio de quem não estava”, afirmou ele ao Congresso em Foco depois da confusão.
Valverde afirmou que não seria possível aos policiais formarem grupos para buscarem na multidão somente os responsáveis pelo lançamento de rojões. “Se coloca o policial lá no meio… Ele gera um atrito e é pior, o contato corporal ia ser outro, ia lesionar. É melhor com gás, porque ninguém sai ferido e não tem problema nenhum”, afirmou o coronel.
Ainda assim, a polícia prendeu três pessoas. Duas delas, segundo a estudante de arquitetura Laís Brandão da Silva, 17 anos, atacaram a PM, mas se entregaram à polícia ajoelhadas, para evitar confronto. Entretanto, disse Laís, os policiais agrediram os jovens ajoelhados com cacetetes.
O técnico em telecomunicações Gilberto Araújo, 26 anos, e o vendedor autônomo Marcelo Andrade, 38 anos, seguravam uma faixa a favor do voto facultativo apesar do gás lacrimogêneo que ainda dominava o ar no momento da entrevista ao Congresso em Foco. Eles reclamaram de terem sofrido com as bombas apesar de agirem pacificamente.
Já o estudante de audiovisual Fernando Vieira, 19 anos, disse que alguns policiais trabalhavam sem identificação no peito. Quando Vieira tentou filmá-los, os PMs jogaram seu telefone celular no chão ainda segundo o estudante.
Roteiro
A concentração começou às 14h no Museu da República. Depois, cerca de 1,5 mil pessoas desceram para o gramado central do Congresso enquanto o jogo do Brasil pela Copa das Confederações ocorria. Por volta das 18h, uma grande dos manifestantes decidiu sair da frente do edifício sede do Legislativo e fez uma caminhada pelas avenidas centrais da cidade, como a Esplanada dos Ministérios e o Eixo Rodoviário Norte.O público de 5 mil pessoas foi atingido à noite. Depois de duas horas, os confrontos começaram. Após a PM dispersar o grupo, uma parte, estimada em 300 pela corporação, eles se dirigiram para outra avenida, a W3 Sul, onde se concentraram em frente a um shopping. Em frente ao Congresso, tanto manifestantes quanto policiais já haviam deixado a frente do Congresso.
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