Perícia do Instituto Nacional de Criminalística (INC) da Polícia Federal feita nos livros contábeis e extratos bancários da DNA e da SMP&B Propaganda comprova que as duas agências de publicidade de Marcos Valério manipularam, falsificaram e adulteram documentos. As duas empresas emitiram 80 mil notas fiscais falsas.
O laudo enviado à CPI dos Correios revela que a maior parte das notas fraudadas, 54 mil, foi emitida para atestar serviços prestados pelas agências de publicidade ao Banco do Brasil, à Eletronorte e ao Ministério do Trabalho.
Embora tenha retificado recentemente sua contabilidade, a DNA Propaganda excluiu pagamentos expressivos para estatais e empresas privadas: um depósito de R$ 12 milhões da Eletronorte em 8 de fevereiro de 2003 e oferecido como garantia de um empréstimo contraído no mesmo ano no BMG e outro pagamento, no valor de R$ 317,6 mil, para a Telemig Celular, em 31 de julho de 2003.
Outro fato que chama atenção no laudo é a diferença entre os registros contábeis da DNA iniciais e os alterados. Em 2003, o ativo total original da agência era de R$ 5,8 milhões. Com a retificação, o valor subiu para R$ 53,2 milhões – quase dez mais. Em 2004, os registros originais indicavam ativo total de R$ 28,7 milhões e, no retificado, pulou para R$ 73,3 milhões – perto do triplo.
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A perícia do instituto de criminalística identificou as principais fontes de recursos da DNA de janeiro de 2003 a junho de 2005. O Banco do Brasil é o principal da lista, com R$ 219,2 milhões. Em segundo lugar, vem a Visanet, com R$ 74 milhões, seguida da Telemig Celular, R$ 47,4 milhões, e pela Eletronorte, R$ 23,1 milhões.
Empresário nega falsificação de notas
Valério disse que nunca falsificou notas fiscais e que as apresentadas por suas empresas correspondem a serviços prestados. Segundo ele, as notas emitidas para o BB, Eletronorte e Ministério do Trabalho foram lançadas na contabilidade, com imposto retido na fonte.
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