O ministro do Turismo, Pedro Novais, afirmou nesta terça-feira (23), em audiência na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) do Senado, que as recentes denúncias contra a pasta são das administrações anteriores. Ele se referiu aos ex-ministros petistas Marta Suplicy e Luiz Barreto Filho. “As irregularidades são das administrações anteriores a 31 de dezembro de 2010”, disse.
A audiência foi proposta pela oposição para que Novais esclarecesse as denúncias de irregularidades em convênios da pasta. A Operação Voucher, da Polícia Federal, investiga desvio de dinheiro de convênio firmado entre o Ministério do Turismo e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi) para capacitação profissional de 1,9 mil pessoas no setor de turismo no Amapá. Dos R$ 4,4 milhões do contrato, a Polícia Federal estima que cerca de R$ 3 milhões foram desviados.
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Sobre a operação, Novais reafirmou que as providências foram tomadas para tornar mais rígida a prestação de contas e citou uma frase atribuída aos conselheiros do Conselho Nacional de Turismo. “O turismo brasileiro é maior que erros ou equívocos administrativos”, disse. Na semana passada, em audiência na Câmara, ele negou as irregularidades e ressaltou que foram abertos procedimentos investigatórios internos. Ele também ressaltou que a Controladoria Geral da União (CGU) também estava apurando suspeitas de irregularidades.
No fim de semana, Novais decidiu exonerar mais quatro servidores comissionados investigados pela Operação Voucher. Perderam os cargos os funcionários Antônio dos Santos Júnior, Freda Azevedo Dias, Kátia Terezinha Patrício da Silva e Kérima Silva Carvalho. Segundo o ministério, Novais também pediu à ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, a demissão da diretora de Qualificação, Certificação e Produção Associada ao Turismo, Francisca Regina Magalhães Cavalcante.
No sábado o ministro virou alvo de uma denúncia. De acordo com reportagem publicada pela Folha de S. Paulo, recursos assegurados por Pedro Novais para uma obra no Maranhão beneficiaram uma cidade sem nenhuma vocação turística e uma empreiteira fantasma. A emenda foi feita quando ele ainda era deputado. O ministro alega que não ocupava o cargo quando os recursos foram carimbados e que direcionou a emenda quando ainda era parlamentar por avaliar que o turismo pode ajudar a cidade de Barra do Corda (MA) a garantir mais qualidade de vida à população local.
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