O líder do DEM e ex-corregedor da Câmara, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), cobrou providências para apurar o repasse de parte dos salários de servidores da Casa para o PSC. Como mostrou o Congresso em Foco, 5% dos rendimentos de funcionários, filiados ou não, devem ir para a conta do partido e quem não paga é demitido. Além disso, os parlamentares Brasil afora também são forçados a cobrar de seus colaboradores, sob pena de expulsão.
“É grave”, disse ACM Neto na quarta-feira (7). “A Presidência da Casa tem o dever de, através de seus órgãos administrativos, apurar se houve ou não influencia do partido na obtenção de recursos, que compõem o salário do servidor, de forma indevida.”
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Apesar disso, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), considerou aceitável o pagamento da caixinha. “Eles têm um acordo com os funcionários, e o cara tem que contribuir com o partido”, afirmou. “Quando ele ajusta com o cara, o cara sabe que tem que contribuir. Depois o cara não quer contribuir. Bom, aí…”
“Muito grave”
Ao contrário de Maia, o atual corregedor da Casa, Eduardo da Fonte (PP-PE), considerou a caixinha “muito grave. O líder do PSOL, Chico Alencar (RJ), promete analisar a situação com sua assessoria jurídica e com os auxiliares de Fonte. “É extorsão”, disse ele.
Já o líder do PPS, Rubens Bueno (PR), considerou indevidos os pagamentos. “É lamentável. Parece que o cargo comissionado é para dar 5% do salário para o partido, e não para garantir algum trabalho profissional”, criticou.
O deputado Reguffe (PDT-DF) condenou os pagamentos obrigatórios a partidos. E, assim como ACM Neto, defendeu uma ação concreta da Câmara. “Acho que deveria se analisar a situação, sim. É uma situação séria. Se alguém errou, alguém tem que ser punido pelo erro que cometeu.”
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