Uma das notícias mais importantes deste ano foi divulgada na última semana de maio, mais precisamente no dia 28, data celebrada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como sendo o “Dia Internacional de Prevenção à Mortalidade Materna”: o Brasil registrou queda recorde nos números de óbitos maternos em 2011.
Entre janeiro e setembro do primeiro ano de funcionamento do programa Rede Cegonha, do Ministério da Saúde, foram contabilizados 1.038 óbitos decorrentes de complicações (hemorragias e infecções) na gravidez e no parto, o que representa queda de 21% em comparação ao mesmo período de 2010, quando 1.317 mulheres morreram por estas causas.
Em 2010, quando representei o Brasil no Fórum Internacional promovido pela Organização das Nações Unidas, em Haia, na Holanda, durante os debates sobre o tema “A morte de mulheres por complicações da gravidez”, ressaltou-se que a melhora da saúde materna é uma das metas de desenvolvimento do milênio, estabelecidas pela ONU no ano 2000, e que têm como objetivo apresentar melhorias em várias áreas sociais e de saúde até 2015.
Segundo a Classificação Internacional de Doenças, é considerada morte materna aquela que acontece durante a gestação ou em até 42 dias após o nascimento da criança. Especialistas na área garantem que 80% dos casos de mortes poderiam ser evitados se as mães fizessem exames laboratoriais frequentes e o pré-natal durante todo o período de gestação.
Os dados de 2011, além de revelar que o Brasil chega pela primeira vez a mais de um milhão e setecentas mil mulheres tendo realizado pelo menos sete consultas no pré-natal, avalizam também a estratégia da Rede Cegonha de expandir a qualidade das maternidades de alto risco, ampliar leitos de UTI materna, leitos de UTI neonatal e o esforço de adesão dos municípios às diretrizes desta rede de cuidados, fundamentada nos princípios da atenção humanizada.
A notícia da queda de 21% do óbito materno ainda se faz merecedora de uma última análise, para comprovar a sua importância: nos últimos dez anos o Brasil só conseguia reduzir o número de mortes maternas no máximo em 6% ao ano. Estamos diante, portanto, de um marco histórico!
Dessa forma, é possível afirmar, com segurança, que a Rede Cegonha, lançada em março do ano passado e que já destinou investimentos federais R$ 2,5 bilhões para qualificar a assistência à mulher e ao bebê, é hoje a maior e mais importante aliada das mães brasileiras.
* Deputada federal, reeleita em 2010 pelo Partido Progressista em São Paulo
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