Folha de S. Paulo
Ex-funcionária de Valério pede para não ser presa
A funcionária que entregou milhões de reais em espécie para os partidos políticos beneficiados pelo mensalão admite que errou ao cumprir ordens do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e diz que não merece ir para a prisão pelo que fez. Simone Vasconcelos, 55, era diretora financeira da agência de publicidade SMPB, uma das empresas usadas para distribuir o dinheiro do esquema organizado pelo PT no governo Lula. Ela foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal pelos crimes de corrupção ativa, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Sua pena ainda não foi definida pelo tribunal.
Na sexta-feira, ela quebrou o silêncio que mantinha desde seu depoimento à CPI dos Correios, que investigou o mensalão em 2005, e concedeu uma longa entrevista à Folha em Belo Horizonte. Chorando, Simone disse que espera cumprir pena alternativa, como a realização de serviços comunitários, em vez de ir para a cadeia. “Eu peço que eles [os ministros do STF] me deixem ver o crescimento de minha neta”, afirmou Simone. “Eu sou do bem. Se eu errei? Claro que errei, errei sim, mas já paguei pelo erro nesses sete anos.” Simone vive hoje com uma aposentadoria de R$ 2.400 e trabalha numa locadora de veículos administrada por parentes. A seguir, os principais trechos da sua entrevista.
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Ex-ministro equipara punição à expulsão de mulher de Prestes
Diretor do Instituto Lula e conselheiro político do ex-presidente, o ex-ministro Paulo Vannuchi compara a condenação dos petistas José Dirceu e José Genoino no julgamento do mensalão à expulsão de Olga Benário para a Alemanha nazista. O STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou a expulsão da militante de esquerda em 1936. Judia, ela estava grávida do líder comunista Luiz Carlos Prestes e seria morta pelo regime de Adolf Hitler num campo de concentração.
Publicidade“Dirceu e Genoino foram condenados sem provas num julgamento contaminado. Isso vai entrar para a galeria de erros históricos do Supremo, ao lado da expulsão de Olga Benário”, afirmou Vannuchi à Folha na sexta-feira, depois de almoçar com Lula. “O Judiciário deve ser um poder contramajoritário. É ele quem segura a multidão que quer matar os judeus, que quer matar os negros. Aqui aconteceu o contrário. Os ministros aderiram a um clamor para condenar”, disse.
Ministros do STJ vão à Europa de 1ª classe
Ministros do Superior Tribunal de Justiça e presidentes de Tribunais Regionais Federais embarcam neste fim de semana para uma visita a tribunais da Alemanha. Viajarão em primeira classe e terão todas as despesas pagas pelo erário, com diárias antecipadas em dólar. Sorteados para participar da mesma comitiva, dez juízes federais pagarão do próprio bolso os gastos com transporte aéreo, hospedagem e alimentação.
A viagem, de 27 a 31 de outubro, integra programa de intercâmbio criado pela Corregedoria da Justiça Federal em 2010 -na gestão de Francisco Falcão, atual corregedor nacional de Justiça. Seu sucessor, ministro João Otávio de Noronha, disponibilizou dez vagas para a Ajufe (Associação de Juízes Federais do Brasil), que custeará só as despesas de transporte terrestre -ônibus em Berlim, Leipzig e Munique. Alguns magistrados veem a extensão do convite aos juízes como uma forma de diluir a imagem de um “tour” internacional patrocinado com recursos públicos.
Datafolha aponta vitória de Haddad hoje em São Paulo
O ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT), 49, será eleito hoje prefeito de São Paulo, indica pesquisa concluída ontem pelo Datafolha. O candidato petista chegou à véspera da eleição com 58% das intenções de votos válidos, descontados os eleitores que pretendem votar em branco ou anular o voto. O ex-governador paulista José Serra (PSDB), 70, tinha ontem 42% das intenções de votos válidos. A eleição de Haddad, um professor universitário que nunca tinha disputado eleição antes e foi imposto ao PT pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, representa uma vitória significativa para os petistas. O partido retomará o controle político da maior cidade do país oito anos depois de Marta Suplicy ter sido desalojada da prefeitura pelo próprio Serra. Praticamente desconhecido da população no início da campanha eleitoral, Haddad teve Lula e a presidente Dilma Rousseff como seus principais cabos eleitorais.
Ibope aponta vitória de Haddad com 59% dos votos válidos
Pesquisa Ibope divulgada ontem aponta que o petista Fernando Haddad deve ser eleito hoje com 59% dos votos válidos. José Serra (PSDB) aparece com 41%. O levantamento, encomendado pela Globo e pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, mostra pouca variação em relação ao anterior, de quarta, quando Haddad tinha 57% e Serra, 43% dos válidos -excluídos brancos, nulos e indecisos. Nos votos totais, Haddad tem 50% contra 35% do tucano. O levantamento ainda mostra que 5% dos eleitores ainda não sabem em quem vão votar e 10% pretendem votar em branco ou anular.
Debate não teve vencedor para metade dos eleitores
Um terço dos paulistanos assistiu ao debate entre Fernando Haddad (PT) e José Serra (PSDB) transmitido sexta-feira à noite pela TV Globo. Mas metade dos eleitores (51%) não sabe apontar quem foi o vencedor. Para 26%, o petista ganhou. Na opinião de 15%, o tucano foi melhor. Esses resultados são da pesquisa Datafolha finalizada ontem sobre as intenções de voto para prefeito de São Paulo na eleição de hoje.
A pergunta sobre o debate foi feita mesmo para os que não viram a transmissão, mas ficaram sabendo do evento. Os resultados tendem a favorecer Haddad não só por ter conseguido mais pontos do que Serra entre os que apontaram um vencedor. Isso porque, segundo o mesmo levantamento, o petista lidera em intenções de voto por 58% a 42% na conta dos válidos (que exclui brancos e nulos). Na conta dos votos totais, Haddad alcança 48% contra 34% de Serra. Brancos e nulos somam 11%. Outros 7% disseram que não sabem em quem votar.
Cidade ignorou mensalão, diz Haddad
No último dia de campanha, o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, avaliou que o julgamento do mensalão não atrapalhou sua candidatura porque a cidade estava preocupada com seu futuro, e não com o processo. O petista, que fez campanha enquanto o STF (Supremo Tribunal Federal) julgava e condenava ex-dirigentes de seu partido por crimes como formação de quadrilha e corrupção ativa, é favorito para vencer a disputa hoje.
“A cidade estava preocupada com seu próprio futuro. Está precisando se recuperar”, disse Haddad, ao ser questionado sobre o motivo de o mensalão não ter atrapalhado sua candidatura, antes fazer carreata na zona sul. Em evento à tarde, o ministro Alexandre Padilha (Saúde) reforçou o discurso. “O povo, na hora de votar para prefeito, avalia quem tem as melhores propostas”, disse. Durante a disputa, Haddad tentou se desvincular do julgamento dizendo que não havia denúncias de corrupção contra ele e seus assistentes no Ministério da Educação.
Abatido, Serra fala em ‘clima de virada’
No último dia de campanha, José Serra (PSDB) percorreu ontem cerca de 120 km na zona norte de São Paulo. Iniciou o trajeto no início da tarde, debaixo de sol forte, e concluiu a maratona sob chuva pesada, às 19h. No fim do dia, já abatido pelo cansaço e o resultado das pesquisas que apontam a vitória de Fernando Haddad (PT), despediu-se dizendo que estava “sentindo um clima grande de virada” e que sentiria falta da campanha. Serra iniciou sua maratona num ato com mulheres, acompanhado do governador Geraldo Alckmin, por volta das 12h. Depois, partiu para a periferia da zona norte, na Parada de Taipas. O tucano, que durante toda a campanha enfrentou uma rejeição alta, cumprimentou eleitores e tirou fotos. Mas também ouviu críticas pesadas.
Disputa em Campinas mobiliza candidatos à sucessão presidencial
A disputa que opõe PT e PSB em Campinas (SP) transformou a cidade em centro de peregrinação de políticos em busca de votos para seus candidatos e exposição pessoal em um dos principais colégios eleitorais do país. Jonas Donizette (PSB), que terminou o primeiro turno com 47,6% dos votos válidos, enfrenta hoje Marcio Pochmann (PT), que teve 28,6%.
Pesquisa Ibope divulgada ontem mostra o socialista com 59% das intenções de voto válidos contra 41% do petista (49% a 34% na conta dos votos válidos). Líderes do PT, PSB e PSDB -que tem o vice na chapa de Donizette- desembarcam na cidade desde o primeiro turno, mas o movimento cresceu na segunda fase da campanha, quando também se acirrou o clima entre PT e PSB. Para Renato Simões, coordenador da campanha de Pochmann, a eleição local “movimenta expectativas nacionais” dos partidos e é uma peça importante no xadrez da sucessão estadual em 2014.
Salvador decide se dá sobrevida ao DEM ou consolida o PT na cidade
Terceiro maior colégio eleitoral do país, Salvador vai hoje às urnas para definir a sobrevida do DEM de ACM Neto, 33, e até que ponto se convenceu do discurso do “alinhamento em dose tripla” do PT de Nelson Pelegrino, 51. O partido pregou na campanha ser impossível governar a cidade, dona da segunda pior receita per capita entre as capitais, sem a “parceria com o time de Lula”: o governador Jaques Wagner e a presidente Dilma Rousseff. Num comício na cidade, Dilma falou na “obrigação” de ganhar essa eleição.
Apesar disso, é ACM Neto quem figura como favorito após pesquisa Ibope divulgada ontem apontá-lo dez pontos à frente (votos válidos). No primeiro turno, o mais acirrado das capitais, Pelegrino acabou com 39,73% dos votos, contra 40,17% do rival.
Fruet será eleito em Curitiba, diz Datafolha
Em Curitiba, o PT era um partido rejeitado em busca de candidato. E o ex-tucano Gustavo Fruet era um candidato forte em busca de partido. Dessa equação nasceu a controvertida aliança que deve eleger hoje prefeito da capital paranaense o líder de oposição ao governo Lula nos tempos do mensalão, segundo pesquisa Datafolha realizada ontem e anteontem. O pedetista Fruet, 49, lidera as intenções de voto com 20 pontos de vantagem sobre Ratinho Junior (PSC), filho do famoso apresentador do SBT. Ele tem 60% dos votos válidos, contra 40% do rival.
O cenário quase não se alterou em todo o segundo turno: os três levantamentos do Datafolha em parceria com a RPC TV apontaram o mesmo percentual de ontem. No total de votos, Fruet tem 54% e Ratinho, 36%. Brancos e nulos somam 5%, enquanto os 5% se dizem indecisos. A aliança Fruet-PT foi costurada pelo casal ministerial Paulo Bernardo (Comunicações) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e está perto de conquistar o comando do município, governado há 24 anos pelo mesmo grupo político.
Nova hidrelétrica afeta vida de moradores
A construção da hidrelétrica de Estreito (MA), inaugurada neste mês pela presidente Dilma Rousseff, forçou ex-moradores de áreas afetadas pela barragem a viver em acampamentos sem eletricidade ou em assentamentos com racionamento de água. Os problemas começaram há cerca de dois anos, quando a usina estava em obras e os moradores tiveram de se retirar. A hidrelétrica, no rio Tocantins, afeta 12 municípios na divisa entre o Maranhão e o Tocantins.
O principal é Estreito, sede da usina. Lá, a população teme que, no período chuvoso a ser iniciado em dezembro, o rio provoque enchentes por causa da barragem. Na zona rural, a erosão causada pela barragem à beira do rio já derrubou plantações. O Ceste (Consórcio Estreito Energia), responsável pela hidrelétrica, diz que 2.000 famílias afetadas foram removidas e indenizadas. Parte delas, segundo o Ceste, foi reassentada em outros locais. Há outras 900 famílias, porém, que reivindicam indenização. Elas não receberam nada porque não eram donas das terras onde moravam ou não tinham documentos que provavam a posse das áreas. Para pressionar o governo federal a indenizá-las, montaram acampamentos provisórios, onde vivem sem eletricidade, perto da usina.
Correio Braziliense
Fundos de pensão de funcionários de empresas estatais podem “virar pó”
Donos da maior poupança do país, um patrimônio superior a R$ 620 bilhões, os fundos de pensão fechados de previdência complementar são motivo constante de cobiça. Mas parte importante dessa montanha de dinheiro corre o risco de virar pó, comprometendo a aposentadoria de milhares de aposentados e pensionistas, sobretudo os de empresas estatais. Atraídas por bancos pequenos e médios com a promessa de ganho fácil e rentabilidade superior à média do mercado, essas fundações têm contabilizado prejuízos recorrentes com o fechamento de uma série de instituições financeiras pelo Banco Central. Estima-se que pelo menos R$ 1 bilhão esteja comprometido com a quebra de sete bancos nos últimos dois anos: PanAmericano, Schahin, Morada, Cruzeiro do Sul, Prosper, Matone e BVA.
O que mais tem chamado a atenção dos fiscais do BC e de integrantes da Polícia Federal e do Ministério Público (MP) é o fato de serem os fundos de estatais os maiores perdedores. “A coincidência é impressionante. Em quase todos os bancos fechados por fraudes, há fundos de pensão de empresas públicas com dinheiro preso. Parece um movimento combinado, muito suspeito”, diz um técnico do BC. Os indícios de irregularidades são grandes, acreditam os policiais envolvidos nas investigações abertas a pedido do MP. Uma das suspeitas é que gestores das fundações estariam recebendo comissões “por fora” dos banquinhos para fazerem aplicações de recursos com eles. “Os agrados feitos pelos bancos de menor porte incluiriam, além de comissões, viagens, carros e festas com muitas mulheres”, ressalta um policial.
Queixas contra companhias aéreas sobem 40% neste ano
Não importa o destino: quem depende de companhias aéreas tem uma grande chance de passar por contrariedades, e, muitas vezes, sofrer abusos. Na remarcação de uma passagem, por exemplo, a dor de cabeça pode ser tão grande que muita gente desiste de viajar e prefere perder o dinheiro. Isso porque os valores cobrados pelas empresas chegam ao dobro do preço do bilhete, sem falar em outras taxas de serviço criadas à revelia. Não é à toa que o número de denúncias no site Reclame Aqui tem aumentado. Somente entre junho e agosto deste ano, foram 2.052 reclamações, o que representou crescimento de 40% na comparação com o mesmo período de 2011. Entre as principais queixas estão também atrasos, cancelamento de voos e extravio de bagagem.
O Ministério Público Federal, em agosto do ano passado, obrigou as cinco maiores companhias aéreas – TAM, Gol, Webjet, Avianca e Azul – a reduzirem as tarifas de remarcação ou de cancelamento do bilhete a, no máximo, 10% do valor total da compra. Mas esse limite só vale se o passageiro avisar a empresa com 15 dias de antecedência. Mais recentemente, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), responsável pela regulação e pela fiscalização do setor, anunciou aumento de até mil vezes da multa para “casos de execução de serviços aéreos de forma a comprometer a ordem ou a segurança pública”. Os valores, antes de até R$ 20 mil, chegarão a R$ 20 milhões por infração.
Dilma passa no teste do palanque e se mostra à vontade nos comícios
A presidente Dilma Rousseff está no palanque do candidato do PT à prefeitura, Márcio Pocchmann. Ao seu lado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O jingle do candidato toca no alto-falante: “Todos da família votam no 13”. De repente, um militante estende os braços para o palco e grita: “Dilma, Dilma! Meu pai é 13, minha mãe é 13, meu irmão é 13, eu sou 13, minha mulher é 13. Lá em casa só a minha sogra é tucana!”
O envolvimento dos militantes nos comícios petistas, tão comum na época do Lula presidente, está sendo retomado nos eventos que contam com a presença de Dilma Rousseff. A líder política dura, até meio sem jeito para encarar essas manifestações partidárias, que chegou a ganhar um bambolê do líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), para “ter mais jogo de cintura”, está aprendendo os passos do gingado eleitoral. “A Dilma de hoje é muito diferente da Dilma da campanha presidencial de 2010. Ela está muito mais à vontade para fazer discursos em público”, disse um aliado.
STF busca solução para uma guerra estadual por R$ 1 bilhão em terras
O mapa do Brasil pode ser alterado pela quinta vez em um período de 35 anos. No dia 13, representantes dos governos da Bahia, Goiás, Tocantins, Piauí e Minas Gerais estarão no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar colocar um ponto final em uma briga judicial que se arrasta há 26 anos e tem como epicentro o oeste baiano — a nova fronteira agrícola do país, produtora de milho, algodão e soja. Estão em jogo terras que somam cerca de 10 mil quilômetros quadrados (o equivalente a quase metade do território de Sergipe) e estão avaliadas em R$ 1 bilhão, com capacidade para gerar uma renda anual de pelo menos R$ 100 milhões em impostos. No meio da discussão, conflitos agrários e políticos e uma guerra de liminares.
A pedido do STF, coube ao Exército brasileiro a missão de demarcar as terras de cada estado — o que levou à inclusão de Piauí, Tocantins e Minas Gerais na briga inicialmente de baianos e goianos, por fazerem divisa com os estados deles. Por enquanto, está mantida a divisão estabelecida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) há décadas, mas perícia realizada pelos militares traz uma nova configuração que implica perda de parte da Bahia — autora da ação que tramita no STF — para Goiás, Tocantins e Minas Gerais.
O Globo
TSE garante que 90% das urnas estarão apuradas até as 21h30
A divulgação dos resultados do segundo turno das eleições municipais deve sofrer atraso de até duas horas devido ao horário de verão. Das 50 cidades onde haverá votação, 37 estão com os relógios adiantados em uma hora, o que representa uma defasagem de outros 13 municípios em relação a Brasília, além daqueles que já possuem diferença no fuso. Enquanto no primeiro turno 90% das urnas foram apuradas até as 20h, neste domingo a marca será atingida por volta das 21h30m. O secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Giuseppe Janino, esclareceu, em entrevista ao G1, que a mudança de horário não interferirá no andamento das eleições, já que as urnas são programadas para funcionar de acordo com a hora local. A ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou que a apuração deve acontecer inclusive com maior rapidez do que no primeiro turno, e apenas a divulgação será afetada pela diferença de horário.
Arthur Virgílio pede investigação sobre panfletos apócrifos
Candidato do PSDB à prefeitura de Manaus, o ex-senador Arthur Virgílio pediu ao Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas, na tarde deste sábado, que investigue a distribuição de panfletos apócrifos que o colocam contra a Assembleia de Deus. O tucano lidera a disputa com 62%, de acordo com pesquisa Ibope/Rede Amazônica divulgada nesta sexta-feira. Sua adversária, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) está com 30%.
– Eu poderia estar com 95% e não ia compactuar com a delinquência. Eu me acostumei a ver um crime e denunciar. Isso é lamentável – disse Virgílio. O panfleto explora declaração do tucano, publicada em um jornal local, que ele derrotaria a Assembleia de Deus. A igreja apoia a comunista. O candidato do PSDB diz que sua declaração foi distorcida e que sua afirmação foi que derrotaria Vanessa na Assembleia de Deus. A reportagem de O GLOBO flagrou a distribuição desses folhetos em reunião da candidata do PCdoB com fiéis dessa igreja evangélica, na noite de quinta-feira.
Ibope: Haddad tem 59% dos votos válidos em SP
Pesquisa Ibope mostra que o candidato Fernando Haddad (PT) vencerá as eleições deste domingo com 59% dos votos válidos, contra 41% de José Serra (PSDB). Já na pesquisa estimulada, o petista tem 50% das intenções de voto, ante 35% do tucano. Brancos e nulos são 10%; não sabem somam 5%. A margem de erro do levantamento, encomendado pelo jornal “O Estado de S.Paulo” e pela TV Globo, é de três pontos para mais ou para menos. Também divulgada neste sábado, a pesquisa Datafolha mostra que Haddad tem 58% dos votos válidos e José Serra, 42%. Na pesquisa estimulada, o petista tem uma vantagem de 14 pontos; 48% ante 34%.
O Estado de S. Paulo
Domínio do PMDB em cidades onde há 2º turno deve recuar; PT cresce
Os resultados do 1.º turno e as mais recentes pesquisas de opinião indicam que o PT deve desbancar o PMDB como o partido mais influente nas cidades com pelo menos 200 mil eleitores, o chamado clube do 2.º turno. Esse grupo, formado pelos 83 maiores e mais ricos municípios, concentra cerca de 35% da população do País.
O PMDB costuma se sair melhor nos municípios menores. Nas eleições de 2008, porém, teve um desempenho atípico nas cidades grandes e passou a governar 26% dos eleitores do clube do 2.º turno, que na época tinha 77 integrantes. O partido ficou em primeiro lugar no ranking de eleitorado governado na época, à frente do DEM, que, graças à vitória em São Paulo, havia conquistado o comando de 20% do eleitorado dos 77 maiores municípios. Agora, o indicador que revela o poderio dos peemedebistas nesses grandes centros pode até cair pela metade. Nos 83 municípios que atualmente têm mais de 200 mil eleitores, o partido deve comandar entre 14% e 16% do eleitorado, segundo indicam as últimas pesquisas.
Gestor rejeitado, político forte
O prefeito Gilberto Kassab (PSD) entregará para seu sucessor uma São Paulo aquém da que planejava no início de seu mandato. Até agora, a administração municipal cumpriu 42% das metas de governo estabelecidas no início de 2009. Dos 223 objetivos traçados na chamada Agenda 2012, 95 foram concluídos, 127 estão em andamento e um não foi iniciado. Projetos e propostas importantes anunciados pelo prefeito, como o fim do déficit de vagas em creches, a Nova Luz, a construção de três hospitais e a implementação de novas Operações Urbanas não saíram do papel. Em dois meses, Kassab, que assumiu a Prefeitura após a saída de José Serra (PSDB), em 2006, e foi eleito em 2008 com 60% dos votos contra Marta Suplicy (PT), encerrará uma gestão com alto índice de reprovação. Na última pesquisa Ibope, 48% dos paulistanos disseram considerar a gestão ruim ou péssima, e apenas 20% a avaliaram como boa ou ótima.
O prefeito, contudo, termina o mandato politicamente bem maior do que começou. De liderança local iniciante e integrante de um partido em declínio, o DEM, Kassab começará 2013 como um importante “player” da política nacional. Presidente de uma sigla cuja fundação orquestrou, e que passaram a chamar de sua (“o PSD, do prefeito Gilberto Kassab”), comandará a quarta maior bancada da Câmara dos Deputados, alcançou 494 prefeituras ao fim do 1.º turno e poderá ser contemplado com vaga no ministério de Dilma Rousseff.
Russomanno e Netinho viram cabos eleitorais no ABC
Apresentadores de TV com apelo popular e experiência parlamentar, Netinho de Paula (PC do B) e Celso Russomanno (PRB) viraram cabos eleitorais em Mauá, no Grande ABC. Vereador reeleito em São Paulo, Netinho fez caminhada com Donisete Braga (PT) a dois dias da votação. Foram acompanhados pelo ex-jogador Marcelinho Carioca (PSB), que não se elegeu à Câmara paulistana. Derrotados na disputa pela Prefeitura da capital paulista, o ex-deputado Russomanno e o deputado Gabriel Chalita participaram de atos em prol de Vanessa Damo (PMDB) – filha do ex-prefeito Leonel Damo. Russomanno fez caminhada no centro e nos bairros Parque São Vicente e Jardim Zaíra; Chalita, um comício.
PC do B pode encerrar ciclo do PSDB em Jundiaí
Com boa vantagem nas pesquisas até o fim da campanha, o candidato do PC do B Pedro Bigardi vai às urnas hoje com chance de derrotar o rival Luiz Fernando Machado (PSDB) e quebrar uma hegemonia de 20 anos dos tucanos na cidade. Com PIB per capita de R$ 47.396, Jundiaí está entre as dez cidades mais ricas do Estado de São Paulo. Deputado estadual, Bigardi conseguiu levar a disputa em Jundiaí pela primeira vez na história para o 2º turno. Sua candidatura inverteu o cenário historicamente dominado por tucanos, quando o prefeito Miguel Haddad (PSDB), em seu terceiro mandato e uma das principais lideranças da cidade, decidiu às vésperas do início da campanha desistir da reeleição, por causa da Lei da Ficha Limpa. De olho nas jovens lideranças que estão despontando no cenário político nacional, Haddad indicou para seu lugar o deputado federal Luiz Fernando Machado (PSDB), de 35 anos. Na campanha, este adotou o discurso do continuísmo de governo para herdar os votos de seu padrinho.
Vitória no interior vai favorecer projeto do PT
O projeto petista de fazer com que a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, seja a próxima governadora do Paraná pode ter um passo decisivo hoje, quando o PT disputa a prefeitura de mais três municípios: Ponta Grossa, Cascavel e Maringá, com chance de vitória, pois as pesquisas apontam equilíbrio nas disputas. Essas cidades totalizam 687.139 eleitores e deverão ter peso fundamental para os planos do partido no Estado.
Em Londrina, maior colégio eleitoral do interior (360.568 eleitores), a disputa está entre o PSD de Alexandre Kireeff e o PP representado por Marcelo Belinati. A cidade teve quatro prefeitos nos últimos quatro anos e a corrupção tem sido explorada pelos candidatos. Na semana passada, trocaram acusações. Belinati é filho do ex-prefeito Antônio Belinati, cassado, mas, se esquecendo do próprio histórico familiar, acusou Kireff de ter seu irmão, Fernando, como integrante da gestão de Barbosa Neto (PDT), prefeito cassado que responde por ações de improbidade administrativa na Justiça.
Em Cascavel, a campanha virou caso de polícia. Edgard Bueno (PDT) é acusado pela coligação que apoia Professor Lemos (PT) de ser o responsável pelo grupo que tem agredido militantes petistas e de quebrar placas de propaganda. A Polícia Federal chegou a recolher milhares de panfletos apócrifos que criticavam Lemos. Além disso, pessoas ligadas a Bueno dispararam diversos tiros na direção de simpatizantes de Lemos.
‘Partidos enfrentam dilema geracional’
A cientista política Maria Celina D’Araújo, professora da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio, avalia que a eleição deste ano deixou à mostra o maior desafio dos partidos brasileiros para os próximos embates: o rejuvenescimento de seus quadros. Ela diz que PT e PSDB já perceberam o dilema, mas enfrentam dificuldades para realizar a transição. Elas decorrem da ausência de jovens lideranças com brilho próprio e também do autoritarismo dos velhos líderes, segundo a professora, que é autora dos livros A Elite Dirigente do Governo Lula e Militares, Democracia e Desenvolvimento – Brasil e América do Sul, entre outros.
ACM Neto tenta emplacar retorno ‘carlista’
Salvador escolherá hoje seu novo prefeito entre Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM) e Nelson Pelegrino (PT), depois de uma das campanhas mais disputadas dos últimos tempos, símbolo da luta pelo poder no País, com envolvimento direto da presidente Dilma Rousseff, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de ministros do governo e de todo o comando dos partidos de oposição.
A vitória de ACM Neto significará a consolidação do terceiro maior colégio eleitoral do País (1.881.544 eleitores) nas mãos da oposição, num Estado em que o PT e seus aliados dominam 340 dos 417 municípios baianos, além do retorno de um carlismo rachado, mas persistente e renovado, que o governador Jaques Wagner (PT) tenta eliminar de vez. Se Pelegrino vencer, o PT passará a governar Salvador pela primeira vez e poderá proclamar a vitória do alinhamento dos governos federal, estadual e municipal, um tema usado à exaustão para convencer o eleitor a não votar em ACM Neto. “Minhas maiores dificuldades na campanha foram os boatos que eles (os governos federal e estadual) espalharam, dizendo que eu não terei condições de governar porque não sou alinhado”, disse ACM Neto ao Estado. Todos os programas de TV e rádio insistiram o tempo todo que Salvador só poderia se livrar de seus problemas crônicos de falta de vias para escoar o trânsito caótico, de ruas esburacadas, de violência, de centros de saúde e escolas sucateadas se houver a parceria com o governo federal.
PSDB quer vitória ‘simbólica’ com ex-líder da oposição
Dois anos depois de sofrer uma derrota na tentativa de se reeleger para o Senado, Artur Virgílio (PSDB) deve obter hoje uma vitória com larga vantagem na disputa pela prefeitura de Manaus. As últimas pesquisas indicam que ele deve receber em torno de 68% dos votos válidos. Depois de surpreender Virgílio e superá-lo na corrida ao Senado em 2010, Vanessa Grazziotin (PC do B) pode sair desta eleição com menos da metade da votação de seu adversário.
Mais do que uma conquista pessoal, a eleição do líder da oposição no Congresso durante os oito anos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva representará um triunfo importante para o PSDB. A vitória na capital do Amazonas – principal cidade da Região Norte, sexto maior PIB do País e com cerca de 1,2 milhão de eleitores – é vista pelo partido como a mais “simbólica” este ano. A nova trincheira da oposição no Norte está sendo obtida no Estado em que a presidente Dilma Rousseff obteve 80,5% dos votos válidos no 2.º turno de 2010. Foi a maior votação proporcional nos Estados da candidatura petista naquele ano.
Embate entre pupilos decide futuro de caciques
Independentemente do resultado de hoje nas urnas de Fortaleza, o embate entre o PT e o PSB pela prefeitura da capital cearense expõe o estremecimento das relações entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro Ciro Gomes. O megacomício protagonizado por Lula na reta final da campanha do petista Elmano de Freitas não foi digerido pelos irmãos Ferreira Gomes, que apoiam Roberto Cláudio, do PSB, na corrida municipal. Ex-ministro do governo Lula, Ciro sente-se “traído” pelo antigo chefe, que cedeu aos apelos da prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, e foi pedir votos pessoalmente para o petista, arrastando uma multidão de 50 mil pessoas. No 1.º turno, o ex-ministro já tinha ficado magoado com a aparição de Lula e da presidente Dilma Rousseff em inserções para televisão e rádio defendendo a candidatura do petista. Agora, as relações azedaram de vez. Por trás das mágoas e da disputa acirrada pela prefeitura de Fortaleza está em jogo o futuro político não só dos irmãos Ferreira Gomes como também de Luizianne Lins, que disputam a hegemonia no Ceará. Tanto Elmano quanto Roberto Cláudio são apontados como “postes”, lançados por seus padrinhos políticos na corrida municipal.
Disputa antecipa 2014 e ameaça família Sarney
O comando do Palácio La Ravardière, sede do Executivo municipal de São Luís, no Maranhão, de certa forma antecipa as eleições de 2014. De um lado, o atual prefeito, João Castelo (PSDB), que está atrás nas pesquisas eleitorais e conta com apoio velado da governadora Roseana Sarney (PMDB), por meio dos veículos de comunicação da oligarquia liderada pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB). Do outro, o deputado federal Edivaldo Holanda Júnior (PTC), que lidera com pequena folga as pesquisas e representa a nova geração de políticos maranhenses, contando com o apoio de Flávio Dino (PC do B), atual presidente da Embratur e considerado candidato favorito à sucessão estadual. A última pesquisa eleitoral divulgada ontem pelo Ibope mostra vantagem de 12 pontos porcentuais para o candidato do PTC, que recebeu 56% dos votos válidos, ante 44% do tucano. O Ibope ouviu 805 pessoas entre os dias 25 e 27 e 5% afirmaram que votarão em branco ou nulo. Outros 7% ainda estão indecisos e podem definir as eleições. Caso o resultado seja confirmado nas urnas, a vitória abre caminho para a consolidação do projeto político de Dino e enfraquecimento do poder da família Sarney no Estado.
Assessores de senador de Rio Branco são suspeitos de compra de votos
O assessor parlamentar do senador Sérgio Petecão (PSD-AC), Francisco Bezerra, foi levado ontem para a sede da Polícia Federal, por ter sido flagrado com R$ 30 mil em dinheiro vivo que, suspeita-se, seria usado para compra de votos. Além do dinheiro – metade sacada na Caixa Econômica Federal de Rio Branco na sexta-feira e metade encontrada na casa de outro assessor do senador -, foi apreendido um caderno escolar com mais de quatro folhas cheias de nomes de pessoas e seus respectivos telefones. O promotor eleitoral Rodrigo Kurti acionou a Justiça eleitoral por meio da juíza da 1.ª Vara, Maha Manasfi e Manasfi, que autorizou o cumprimento do mandado de busca e apreensão. Kurti solicitou ainda apoio da Polícia Civil para o cumprimento da ordem judicial e acompanhou pessoalmente o flagrante. Todo o material foi encaminhado para a Justiça Eleitoral, que deve averiguar se se tratava mesmo de compra de votos.
Estopim do escândalo do mensalão, Correios viram feudo político do PT
Uma das fontes do escândalo do mensalão, o aparelhamento político na estatal Correios continua, sete anos depois. Após passar pelas mãos do PTB e do PMDB, desalojados do comando em meio a denúncias de corrupção, a empresa virou feudo do PT, cujos líderes indicaram nomes para os principais cargos de direção. Condenados pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do mensalão, o ex-ministro José Dirceu e o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) influenciaram a escolha dos dirigentes. O principal exemplo é o presidente da empresa, Wagner Pinheiro de Oliveira, que deve sua nomeação ao ex-ministro Luiz Gushiken, absolvido no julgamento em curso no Supremo, e teve ainda a sustentação do grupo liderado por Dirceu. Sindicalista vinculado à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e filiado ao PT, Pinheiro ocupa cargos por sugestão de caciques do partido há pelo menos 20 anos. A ligação com o ex-chefe da Casa Civil, segundo a assessoria do próprio ex-ministro, vem desde a década de 1980, quando o presidente dos Correios era funcionário da legenda na Assembleia Legislativa de São Paulo e Dirceu, deputado.
Gestão de Pinheiro na Petros foi investigada pelas CPIs no Congresso
Ex-chefe da Petros, o fundo de pensões dos funcionários da Petrobrás, o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro, teve sua gestão investigada pelas CPIs dos Correios e do mensalão. Nesta última, Pinheiro prestou depoimento. Os fundos de pensão foram apontados na época como um dos possíveis “caixas” do esquema de compra de apoio político ao governo Lula. Em relação à Petros, o relatório da CPI dos Correios questionava o crescimento exponencial dos investimentos do fundo nos bancos Rural e BMG, fontes dos empréstimos supostamente fictícios ao PT e empresas do operador do esquema, Marcos Valério Fernandes de Souza. O nome de Pinheiro é citado seis vezes no relatório final. O deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) pediu que o Ministério Público continuasse a investigar possíveis irregularidades. Fora o incremento de aplicações em bancos do esquema, o petista também teve de explicar a contratação, pela Petros, de algumas empresas, entre elas a Globalprev, que pertenceu ao ex-ministro Luiz Gushiken.
Réus no STF negam influência na indicação de dirigentes da estatal
Os réus do mensalão negam exercer influência sobre a atual administração dos Correios. Procurado pelo Estado, o ex-ministro José Dirceu, por meio de sua assessoria, disse conhecer Wagner Pinheiro desde a década de 1980, mas ressaltou não ter mantido contato com ele nos últimos anos. O deputado João Paulo Cunha, em nota, alegou não ter requisitado e nem recomendado a nomeação de Wilson Abadio de Oliveira. “A prerrogativa de nomear servidores, assim como o estabelecimento dos critérios para o preenchimento de cargos, são funções exclusivas do presidente e da diretoria do órgão.” Os Correios informaram que seu presidente, Wagner Pinheiro, não poderia dar entrevista, por estar viajando, a trabalho. Em nota, a empresa alega que não consta, nos registros de empregados e dirigentes, informação sobre filiação partidária, “por se tratar de um direito democrático, legal e de caráter pessoal”.
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