O ESTADO DE S. PAULO
Diretor do Turismo é investigado por beneficiar entidade ligada a parentes
Com 21 convênios e termos de parceria firmados desde 2005, o Instituto Marca Brasil (IMB) tornou-se um dos campeões em pagamentos do Ministério do Turismo (MTur) enquanto um aliado de peso atuava a seu favor. Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico (Deaot) da pasta, Ricardo Martini Moesch aprovava contas, autorizava contratos e liberava verbas para a entidade, que tinha a mãe dele em cargo de direção e sua mulher como advogada. Alvo de investigações do próprio governo, às quais o Estado teve acesso, Moesch responde por favorecer o IMB em processos internos, além de participar diretamente da administração do instituto. Apesar das irregularidades, constatadas num relatório de outubro, o ministro Gastão Vieira (PMDB-MA), que assumiu com a promessa de sanear a pasta, mantém o diretor no cargo.
Uma sindicância aberta pelo Turismo concluiu que Moesch liberava as prestações de contas do IMB, mesmo sem documentos comprobatórios da execução regular dos convênios. Assim, a entidade ficava livre para receber recursos, parte deles usada para pagamentos à mulher do diretor, Letícia Affonso da Costa Levy, por serviços de advocacia. A comissão encarregada das apurações pediu a abertura de processo disciplinar contra ele, em curso na Controladoria-Geral da União (CGU), por uso do cargo para proveito pessoal ou de terceiros.
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Conforme as investigações, a mãe do servidor, Norma Martini Moesch, tinha funções de direção e gerência no IMB como conselheira fiscal e, posteriormente, deliberativa. A assinatura dela consta de atas da Assembleia Geral do instituto. Em ao menos duas dessas reuniões, o próprio diretor teria atuado como procurador da mãe, influenciando em decisões da entidade, aponta a sindicância.
Com sede em Porto Alegre, o IMB já emplacou projetos de R$ 27,4 milhões no Turismo. Com a chegada de Moesch à pasta, os negócios aumentaram. Após sua nomeação, a entidade obteve a maioria das parcerias (18), que somam R$ 25,7 milhões. Sete delas, no valor de R$ 10,7 milhões, vieram depois de sua nomeação como diretor. Em nenhum caso houve convocação ampla de entidades para executar os serviços.
Ministros do STF negam que a Corte tenha marcado julgamento do mensalão sob pressão
O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, ironizou o secretário nacional de Comunicação do PT, André Vargas, que acusou a corte máxima de aceitar pressão para marcar o início do julgamento do mensalão para o dia 1.º de agosto. “Vamos atribuir isso (as declarações do secretário do PT) ao direito de espernear. É o tipo da coisa: seria idêntica a reação dele se fosse do PSDB?”
Marco Aurélio afirmou que o Supremo está atuando de forma equidistante. “O Supremo não sucumbiu a qualquer pressão popular. A equidistância é uma regra. É uma visão apaixonada do secretário do PT. Não houve pressão. O Supremo não está sujeito a qualquer ingerência. A cadeira vitalícia (de ministro) é justamente para cada qual atuar com sua consciência e ciência e de forma absolutamente equidistante. Nada influenciará o julgamento.”
O ministro frisou que a dinâmica do julgamento respeitará “os elementos do processo, de acordo com a prova apresentada pelo Ministério Público acusador”. “O roteiro traçado para o julgamento obedece rigorosamente ao princípio da imparcialidade. O que ocorre é que o processo que tem julgamento iniciado goza de preferência para ter prosseguimento. O mensalão tem 38 acusados. É interessante ouvirmos cada semana um acusado. Evidentemente, o nosso computador humano não tem esse domínio todo de arquivar tudo”, explicou.
Já o ministro Luiz Fux foi enfático: “a sociedade clamava por esse julgamento”. Para ele, a ansiedade não significa necessariamente pressão. “Todos os poderes, inclusive o Judiciário, devem contas à sociedade. Se eventualmente houve um pedido entendo que o Poder Judiciário deve contas à sociedade.”
PT negocia com Duda Mendonça comando de campanha em Fortaleza
O PT de Fortaleza negocia com o marqueteiro Duda Mendonça o comanda da candidatura do ex-secretário de Educação de Fortaleza Elmano de Freitas à sucessão da prefeita Luizianne Lins (PT). A primeira conversa entre Freitas, Luizianne e Mendonça aconteceu nesta quinta-feira, 7, durante o feriado de Corpus Christi.Mendonça chegou a dizer que será fácil trabalhar o nome de Freitas, já que ele conta com o apoio da presidenta Dilma Rousseff, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da atual prefeita Luizianne. O marqueteiro ainda considera um ponto a mais um possível apoio do governador do Ceará Cid Gomes, presidente estadual do PSB.
O principal desafio de Mendonça será tornar o pré-candidato Elmano de Freitas conhecido pela população. Como estratégia, ele pretende explorar na campanha os avanços conquistados por Freitas durante o tempo em que chefiou a secretaria de Educação na administração de Luizianne. Ele faz parte do governo da petista desde o primeiro mandato (2005-2008).
Basômetro alimenta textos sobre Congresso
Cientistas políticos que analisam as relações entre governo e Congresso encontraram no Basômetro a ferramenta ideal para visualizar o comportamento de partidos e parlamentares. Suas conclusões estão sendo publicadas em uma série de dez artigos no blog Radar Político, do portal estadão.com.br.
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Humberto Dantas, professor do Insper, deu início à série. Ele avaliou se cinco partidos (PSDB, PV, PPS, PT do B e PSOL) agem de forma coerente com a orientação de suas cúpulas. Concluiu que, com exceção do nanico PT do B, há sintonia entre o comportamento médio das bancadas e o dos líderes partidários.
Vítor Marchetti, professor de Políticas Públicas da Universidade Federal do ABC, também detectou que “a maior parte dos parlamentares que integram os partidos governistas e oposicionistas mantém um comportamento disciplinado” em relação a seus correligionários.
Sérgio Praça, também da UFABC, escreveu sobre a criação do PSD. Ele observou que dois terços dos deputados que migraram para o partido aumentaram sua taxa de governismo. Ainda que em menor grau, porém, essa taxa também cresceu nos partidos de oposição, como o DEM.
O GLOBO
UNE recebeu verba para construir sede, mas projeto está parado
O lançamento da pedra fundamental da nova sede da UNE, no Rio, em 20 de dezembro de 2010, foi marcado por uma grande festa, com direito a palanque e discursos de políticos e estudantes. O convidado principal era o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Naquela ocasião, o próprio Lula anunciou a liberação de R$ 30 milhões — de um total de R$ 44 milhões — para a construção do prédio de 13 andares em um terreno da Praia do Flamengo, no número 132, na Zona Sul. Até hoje, porém, não há nenhum sinal de que no local será erguido o projeto desenhado e doado à entidade pelo arquiteto Oscar Niemeyer, que também estava presente ao evento.
— Não foi fácil avaliar quanto custava este prédio aqui. Chegamos a R$ 32 milhões, depois a R$ 44 milhões. Nós já depositamos R$ 30 milhões na conta da UNE. Já está depositado. Ela (a UNE) nunca esteve tão rica como agora. O que vocês estão conquistando, na verdade, é muito mais do que um espaço para fazer uma sede. Eu acho que a conquista aqui é um espaço para a consolidação do processo democrático brasileiro, para o debate político, para a formação da nossa juventude e para discutir as coisas que o movimento estudantil tem que discutir — afirmou Lula no discurso, o último dele dedicado a estudantes antes de deixar a Presidência da República.
O terreno foi doado à UNE no governo Itamar Franco. E o dinheiro repassado por Lula a título de indenização pelos danos sofridos durante a ditadura militar. A antiga sede foi incendiada pelo regime, em 1964. Dos R$ 44 milhões, R$ 14 milhões que também estavam previstos para o novo prédio ainda não foram liberados. As obras deveriam ter começado no primeiro semestre do ano passado, com duração de até dois anos, incluindo salas de cinema, teatro, museu Memória do Movimento Estudantil e a administração. À época, os dirigentes também tinham planos de alugar alguns andares.
Quando a quantia foi transferida para a UNE, o presidente era Augusto Chagas. Procurado pelo GLOBO nesta sexta-feira, ele não quis comentar o caso: — Está combinado com a UNE que só o atual presidente fala. É indelicado eu me pronunciar, não é adequado. Peço desculpas. Conversa com o Daniel (Iliescu, atual presidente). Iliescu afirmou que a construção deverá ocorrer até 11 de agosto deste ano, quando a UNE comemora 75 anos de existência: — Somos uma entidade privada e não há obrigação legal que define a destinação do dinheiro que recebemos. No entanto, a diretoria plena da UNE definiu que os recursos serão para a nova sede. Está no tempo absolutamente razoável. O início das obras será antes do dia 11 de agosto, quando faremos uma grande comemoração.
Para ministro do Supremo, reação do PT é ‘jus esperneandis’
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, e o ministro Marco Aurélio Mello reagiram nesta sexta-feira à acusação do secretário nacional de Comunicação do PT, deputado André Vargas (PR), de que o STF cedeu a pressões ao marcar o início do julgamento do mensalão para agosto, coincidindo com a campanha eleitoral.
Confira o cronograma do mensalão e mais sobre o assunto aqui no Congresso em Foco
Marco Aurélio minimizou as críticas do petista ressaltando que o calendário do Supremo não leva em conta o processo eleitoral, e sim os ritos processuais, o ministro afirmou que adiar o julgamento poderia acarretar prescrição dos crimes, em caso de condenação. — O Supremo não age a partir de sugestionamentos ou pressões. Ninguém quis essa coincidência. Essa reação é muito conhecida no Direito: é o ‘jus esperneandis’ — ironizou o ministro Marco Aurélio, ao comentar as declarações de Vargas.
Mais comedido, o presidente do tribunal também refutou as acusações do petista, por meio de sua assessoria de imprensa: — O processo está maduro para julgamento, tanto que foi unânime a decisão de fixar o cronograma. Sete anos já decorreram da denúncia e não há como confundir predisposição para julgar com predisposição para absolver ou condenar. Uma coisa não tem nada a ver com a outra — afirmou Ayres Britto.
A definição da data para o Supremo começar a julgar o mensalão ocorreu dez dias depois de o ministro Gilmar Mendes, do STF, ter acusado o ex-presidente Lula de pressionar pelo adiamento do julgamento para depois das eleições municipais.
Governo vai tirar do compromisso com a Fifa obras que não ficarão prontas para a Copa
A dois anos do início da Copa de 2014, o governo está consciente de que muitas das 51 obras de mobilidade urbana essenciais não ficarão prontas até o mundial, sem poder cumprir, assim, a promessa feita há cinco anos, quando o Brasil foi escolhido para sediar a Copa. Na prática, trata-se de uma manobra para driblar as exigências da Fifa e a cobrança da população. Integrantes do governo federal cogitam retirar essas obras da Matriz de Responsabilidades da Copa — que define compromissos de União, estados e municípios. O anúncio será feito em outubro, no próximo balanço da Copa. Até lá, estados e municípios têm uma chance derradeira para se livrar de desembaraços, licitar e dar início às obras.
Entre as obras com maior possibilidade de serem retiradas da Matriz estão sete que nem sequer têm projeto: o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Brasília, o monotrilho de Manaus, duas obras viárias em Curitiba e duas outras em Porto Alegre. No caso de Brasília, o governo distrital já reconhece que não há tempo hábil para o VLT — obra de R$ 364 milhões — operar na Copa do Mundo. O Tribunal de Contas da União (TCU) passou a considerar a obra como “cancelada”. Em Manaus, o governo acaba de abrir edital para receber propostas até julho para essa obra de R$ 1,3 bilhão.
— Em outubro vamos ter um retrato muito mais sólido do que andou e do que não andou, daí você poderá fazer uma avaliação de cada obra específica e teremos uma situação muito mais clara para poder tomar uma decisão daquilo que pode ficar no regime e o que não tem como ficar — disse Aguinaldo Ribeiro, ministro das Cidades.
Governo deve negociar emendas ao texto do Código Florestal
Integrantes do governo e parlamentares ligados a ambientalistas sinalizaram que emendas ao Código Florestal de interesse dos ruralistas podem ser negociadas para facilitar a aprovação da Medida Provisória (MP) editada pelo Planalto. O principal ponto que pode ser flexibilizado diz respeito à área de recomposição das margens dos rios para os médios produtores.
Nesta sexta-feira, após reunião com a presidente Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada, o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, afirmou que há possibilidade de mudança na área que o médio produtor terá que recompor. — O próprio governo já mexeu nisso, buscou contemplar o médio. Daqui a pouco os parlamentares podem achar que precisa mais um pouquinho. Isso é um debate natural que não tem como intervir — afirmou.
O ministro minimizou o número de emendas apresentadas — cerca de 700 — e acredita que a questão está próxima de um entendimento. — Esta semana atendi 23 deputados da bancada ruralista em um dia, muitos dizendo que estão satisfeitos. Mas se você disser que a bancada ruralista está satisfeita, o outro lado vai ficar insatisfeito. Mas a diferença é tão mínima que em mais de 500 incisos, a discussão se restringe a 5 ou 6 — afirmou. O senador Luiz Henrique (PMDB-SC), relator da MP no Senado, disse que a maioria no Congresso insiste no tratamento especial aos médios produtores e que este poderá ser um item modificado.
Fundos de pensão têm investimento de R$ 1,5 bi sob ameaça no Cruzeiro do Sul
Fundos de pensão de estatais, de estados e de municípios investiram R$ 1,523 bilhão no banco Cruzeiro do Sul, que está sob intervenção do Banco Central (BC), por suspeita de fraudes e irregularidades. Do total, R$ 1,097 bilhão são recursos das entidades de previdência dos funcionários de estatais e R$ 426 milhões vieram de institutos de servidores estaduais e municipais, de acordo com levantamento do governo. Esses recursos, segundo o secretário de Previdência Social, Leonardo Rolim, estão ameaçados.
A garantia desses investimentos depende do futuro do banco (venda, depois de saneado, ou liquidação) e da varredura que está sendo feita na instituição sobre a qualidade dos ativos. Ou seja, se o crédito estiver lastreado em empréstimos verdadeiros (consignados, principalmente, atuação forte do banco), as entidades vão reaver o dinheiro. Se foram lançamentos fictícios, terão prejuízo. — A situação ainda não está clara e eventuais prejuízos dependem da conclusão dos trabalhos do BC — disse o secretário.
No caso dos fundos de pensão das estatais, segundo informou a Superintendência de Previdência Complementar (Previc), as aplicações são vinculadas a papéis emitidos pelo Cruzeiro do Sul ou cotas de Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (Fidcs). Do valor total, 52,94% estão investidos em depósitos a prazo, com garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) no limite de R$ 20 milhões por CNPJ e 33,96%, em cotas de Fidcs.
FOLHA DE S.PAULO
Bancos espanhóis precisam de 40 bilhões euros, afirma FMI
O FMI disse ontem que os bancos espanhóis precisam aumentar suas reservas de capital em € 40 bilhões. “O núcleo do setor financeiro espanhol está bem administrado e resistiria a novos choques, mas ainda existem vulnerabilidades importantes no sistema”, afirmou o Fundo em relatório divulgado na noite de ontem, dois dias antes do previsto.
A vice-premiê Soraya Santamaría havia dito que o governo esperaria o documento do FMI antes de decidir se pediria um pacote de ajuda internacional. Mas, antes mesmo da publicação do relatório, a Espanha, sob desconfiança do mercado e da comunidade internacional, começou a mudar de discurso e acenou com a possibilidade de solicitar um plano de resgate.
Informações de bastidores dão conta de que a Espanha deveria concordar com a ajuda das autoridades europeias ainda hoje, em possível conferência telefônica entre os 17 membros da zona do euro. Madri negou, apesar de não mais descartar a necessidade de receber os recursos como vinha fazendo de forma firme até esta semana.
Alckmin articula alianças de Serra de olho na sua reeleição
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), assumiu nos últimos meses posição chave na campanha do candidato dos tucanos à Prefeitura de São Paulo, o ex-governador José Serra. Alckmin tornou-se o principal avalista dos acordos fechados com os partidos que apoiam Serra, oferecendo cargos no governo e contrariando interesses de seu grupo político para atender às demandas do candidato.
Seu empenho na campanha de Serra tem duas razões principais. Em 2014, quando deverá concorrer à reeleição, o governador quer manter a seu lado os partidos que estão com Serra agora. O outro motivo é que o governador quer reduzir a influência do prefeito Gilberto Kassab (PSD) na campanha tucana. Kassab é um dos principais aliados de Serra, mas é visto por Alckmin como um potencial rival em 2014.
PSB pode romper aliança com PT em Recife
A crise interna que coloca em risco a hegemonia de 12 anos do PT na Prefeitura de Recife poderá levar seu principal aliado, o PSB, a lançar candidato próprio a prefeito na capital pernambucana. Por determinação do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, quatro secretários de Estado foram exonerados ontem de seus cargos e nomeados pré-candidatos do partido em Recife.
Sileno Guedes, Danilo Cabral, Geraldo Julio e Tadeu Alencar acompanharão as articulações internas do PT, mas também se movimentarão de forma independente. Os socialistas, que ocupam a vice-prefeitura da capital, querem estar preparados para a possibilidade de o candidato imposto pelo PT, o senador Humberto Costa, não conseguir unir a base aliada, formada por 15 partidos.
A Folha apurou que Campos já avisou o ex-presidente Lula da possibilidade de romper a aliança em Recife. O governador disse que aguardaria as tentativas de pacificação no PT, mas que seu limite seria o risco de uma derrota eleitoral – possibilidade que passou a enxergar com a resistência do prefeito João da Costa (PT) em aceitar a candidatura do senador.
Prefeito de BH diz esperar que petista seja ‘leal’
Pré-candidato à reeleição em Belo Horizonte, o prefeito Marcio Lacerda (PSB) vive a expectativa de conhecer o nome do petista que amanhã será escolhido vice na sua chapa. Há quatro anos sem tirar férias – para evitar que a prefeitura fique nas mãos do vice Roberto Carvalho (PT) –, Lacerda espera que o escolhido entre os sete inscritos no PT seja “leal”.
Carvalho preside o PT-BH e é crítico de Lacerda, sobretudo no que diz respeito a programas sociais. Lacerda disse que “desde a primeira semana de governo” Carvalho se colocou como pré-candidato a prefeito. “Ele teve participação discreta na gestão e fez política o tempo todo”, disse o prefeito, que espera que o PT corrija o “erro” cometido em 2008.
Carvalho rebate dizendo que, em 2009, Lacerda lhe perguntou se ele preferia atuar mais na área política ou na gestão: “Eu disse que política e gestão andam juntas, uma não existe sem a outra”, afirmou. O vice passou a tratar das obras da União em BH e, com isso, ganhou espaço na imprensa local. Com isso, os dois romperam.
Netinho e Russomanno deixam programas de TV até o fim do mês
Os pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo Celso Russomanno (PRB) e Netinho de Paula (PC do B) deixarão seus programas de televisão até o fim deste mês. Por conta da legislação eleitoral, os dois devem sair do ar caso queiram disputar o pleito em outubro.
A lei estabelece que, a partir de amanhã, nenhuma emissora de rádio ou canal de TV pode transmitir “programa apresentado ou comentado por candidato escolhido em convenção”.
Justiça concede liberdade para ex-diretor da construtora Delta
A juíza Ana Cláudia Barreto da 5ª Vara Criminal do DF determinou ontem a soltura do ex-diretor da construtora Delta na região Centro-Oeste Cláudio Abreu. A decisão foi tomada com base no pedido de revogação da prisão apresentado pelos advogados de Abreu. No final da tarde de ontem, a determinação de soltura foi informada ao diretor do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, onde Abreu está preso desde 25 de abril. Até a conclusão desta edição, ele não havia sido solto.
Para ficar em liberdade, Abreu terá que cumprir algumas medidas cautelares: deve comparecer mensalmente perante o juízo, independentemente de intimação, fica proibido de manter contato com os demais réus e outras pessoas citadas na denúncia e terá de entregar o passaporte e manter endereço atualizado nos autos. Para a juíza, a permanência de Abreu preso não tinha mais fundamento porque “não é mais diretor da Delta e, ainda que fosse, os crimes que lhe foram imputados são de conhecimento nacional, de maneira que dificilmente conseguiria praticar novas condutas semelhantes”.
Brasil anuncia a concessão de asilo a senador boliviano
O governo brasileiro decidiu ontem conceder asilo político ao senador boliviano Roger Pinto Molina, que faz oposição ao governo do presidente Evo Morales. Pinto estava na embaixada do Brasil em La Paz, capital boliviana, desde o dia 28 de maio. Ele havia solicitado asilo à presidente Dilma Rousseff dizendo ser “vítima de perseguição política” e sofrer “ameaças” na Bolívia.
De acordo com a nota divulgada pelo Itamaraty, o asilo foi concedido “à luz das normas e da prática do direito internacional latino-americano” e com base na Constituição. Apesar da decisão brasileira, o senador Pinto ainda precisa aguardar um documento chamado “salvo-conduto”, autorização do governo boliviano para que o senador possa se asilar no país.
“O Brasil fez o que poderia ser feito unilateralmente. Mas, para que esse asilo diplomático se transforme de fato em territorial, é necessária uma autorização da Bolívia”, afirmou o porta-voz do Itamaraty, Tovar Nunes. A despeito do comunicado do Itamaraty, o governo boliviano disse ontem que não havia sido informado da decisão de Brasília.
BC reduzirá Selic a menos de 8%, dizem economistas
A recuperação lenta da economia brasileira, o agravamento da crise na Europa e a inflação sob controle devem fazer com que o Banco Central leve a taxa básica de juros da economia, a Selic, para abaixo de 8% ao ano ainda em 2012. Essa foi a interpretação de economistas e consultorias sobre a ata do Copom (Comitê de Política Monetária) divulgada ontem.
Na última segunda, uma pesquisa do Banco Central mostrou que a maioria dos analistas apostava que neste ano haveria somente mais um corte, de 0,50 ponto percentual. Atualmente a taxa básica de juros está em 8,5% ao ano, a menor da história.Além de reafirmar que eventuais novas quedas na taxa serão feitas com “parcimônia”, o texto adiciona preocupações com o cenário europeu – o recém-eleito presidente francês, François Hollande, não concorda com a solução da Alemanha para a crise econômica. A ata também reconhece que a retomada da economia brasileira é “bastante gradual”, o que, para analistas, pode levar o Copom a cortar a Selic com mais intensidade para estimular, em especial, a indústria.
CORREIO BRAZILIENSE
PSDB se mobiliza para tentar resgatar Marconi Perillo da crise na CPI
Alvo principal do PT e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na CPI do Cachoeira, pressionado pelas versões divergentes quanto à venda de uma mansão em Goiânia em que o bicheiro foi preso durante operação da Polícia Federal e acossado sob as denúncias de que teria pago um jornalista, durante a campanha de 2010, com recursos oriundos do crime organizado, o governador de Goiás, Marconi Perilllo, vai depor na próxima terça com seu prestígio político ainda intacto, tanto no estado quanto no PSDB. O partido promete enviar a tropa de choque para defender o correligionário.
Apesar de toda a maré contrária, os tucanos esforçam-se para salvar Perillo, porque enxergam no governante goiano uma opção de poder fora do eixo sudeste-sul do país. Administrador de um estado importante para a oposição, de forte cunho agrícola, Perillo representa, para o PSDB, um contraponto ao PT, que sempre teve dificuldades em angariar votos e simpatia nas regiões com economia concentrada no agronegócio.
Brasileiros cobram penas mais rígidas como prisão perpétua para criminosos
Duas comissões, no Senado e na Câmara, debruçam-se há alguns meses na reforma do Código Penal. Com poucas exceções, a modernização que será votada tende a diminuir penas de crimes menos ofensivos, tipificar delitos da atualidade e criar alternativas à reclusão no Brasil. Na contramão dessa visão, os brasileiros têm se mostrado ansiosos por punições mais rigorosas, especialmente em casos que chocam pela violência, como o assassinato do diretor executivo da Yoki, Marcos Matsunaga, esquartejado pela própria esposa em São Paulo, em 19 de maio.
Pesquisa do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV/USP), divulgada nesta semana, com base em 4.025 entrevistas domiciliares com pessoas de 16 anos ou mais, revelou que pelo menos 50% delas optaram por penas não previstas na legislação brasileira — como prisão perpétua e pena de morte — para autores de crimes graves.
Ata de reunião do Copom reforça previsão de corte nos juros para até 7,5%
Apesar de já ter atingido o menor patamar da história, ao ter sido fixada em 8,5% ao ano na semana passada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), a taxa básica de juros (Selic) deverá sofrer pelo menos mais um, senão dois cortes seguidos de 0,5 ponto percentual. Essa é a interpretação de economistas que analisaram a ata da última reunião do colegiado, divulgada ontem pelo Banco Central (BC). Há quem arrisque ir mais além: “uma taxa de 7,5% ao ano está caminhando para ser o teto, e não piso da taxa Selic”, disse Eduardo Velho, economista-chefe da Prosper Corretora.
As avaliações de que a trajetória de baixa está mantida provocaram ontem uma forte queda nas operações do mercado futuro de juros. No final da tarde, o contrato com vencimento em janeiro de 2013 foi negociado por 7,8% ao ano, ante cotação anterior de 7,89%. Os negócios para liquidação em janeiro de 2014 passaram de 8,28% para 8,14%.