“Como José Dirceu já estava envolvido com o processo do mensalão, Luiz Eduardo (irmão do ex-ministro e sócio), em certa data, veio procurar o declarante pedindo um aditivo ao contrato”, descreve o termo de colaboração número 21 do empreiteiro, de 28 de maio, acordado com a Procuradoria-Geral da República.
“Luiz Eduardo afirmou que a JD [empresa de consultoria de Dirceu] estava passando por dificuldades financeiras”, disse o empreiteiro. Pessoa também confessou que “aceitou realizar o aditivo, sabendo que a força de trabalho não era mais o importante, mas apenas para ajudar José Dirceu”.
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Um ano antes, Pessoa contratou a JD Assessoria e Consultoria. O contrato era de um ano, por R$ 1,48 milhão. A contratação dos serviços de Dirceu foi em fevereiro de 2012 e o primeiro aditivo, já com o ex-ministro condenado no mensalão, em fevereiro de 2013. “No meio deste caminho, José Dirceu foi preso.”
Dirceu foi preso em novembro de 2013. No ano passado, passou a cumprir pena em regime domiciliar. Atualmente, está detido preventivamente em decorrência da Operação Lava Jato, por também ser suspeito de envolvimento nos esquemas de desvios de recursos da Petrobras.
“Depois, Luiz Eduardo veio e solicitou um segundo aditivo. Nesta época, José Dirceu já estava preso”, contou Pessoa. O segundo aditivo foi assinado em fevereiro de 2014 – um mês antes da Lava Jato ser deflagrada.
“Depois da prisão de José Dirceu, claramente não houve nenhuma prestação de serviços”, garantiu Pessoa, revelando que os pagamentos do segundo aditivo foram feitos sem qualquer consultoria prestada.
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