A corregedoria da Câmara não conseguiu até o momento localizar o deputado federal Luiz Argôlo (SDD-BA) para notificá-lo sobre denúncia de quebra de decoro por suposto envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso desde março último pela operação Lava-Jato, da Polícia Federal (PF). Caso o parlamentar não seja encontrado nesta quarta (7), a corregedoria vai publicar, na quinta, comunicado no “Diário Oficial da Câmara”, abrindo prazo de cinco sessões para que Argôlo apresente a sua defesa.
No último dia 23, o PPS pediu investigação do caso. “Já se passaram 13 dias e nada da investigação iniciar. O deputado deveria ser o principal interessado na apuração, onde vai ter amplo direito de defesa, mas está se escondendo. Isso pega muito mal para ele e para todo o Parlamento”, disse Rubens Bueno, líder do partido.
Após a notificação, haverá prazo de 45 dias para a investigação. Passada essa fase, o parecer da corregedoria deverá ser entregue à mesa diretora da Câmara, que poderá encaminhar o caso ao conselho de ética e decoro parlamentar da Casa para abertura do processo. Se for configurada quebra de decoro, as penas variam de advertência até cassação de mandato.
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A assessoria do deputado Luiz Argôlo informou na noite de hoje que o parlamentar vai amanhã ao gabinete do corregedor, deputado Átila Lins (PSD-AM), para assinar a notificação.
De acordo com a assessoria de Argôlo, ele estava na Bahia na semana passada e hoje, quando houve uma nova tentativa por parte da corregedoria, ele não estava na Câmara.
Novas denúncias
A suposta ligação de Luiz Argôlo com Yousseff veio à tona por conta de uma troca de mensagens sobre um encontro no apartamento do parlamentar, em Brasília (DF), e de um suposto repasse de R$ 120 mil para o chefe de gabinete do deputado.
Hoje, reportagem do jornal Folha de S. Paulo mostrou novas mensagens interceptadas pela PF. Essas mensagens indicam que Argôlo pediu que o doleiro lhe conseguisse R$ 110 mil para comprar dois caminhões lotados de bezerros. Segundo a PF, o deputado passa a Youssef a conta bancária de uma pessoa e de uma empresa e pede depósitos de R$ 50 mil e outro de R$ 60 mil.
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