O candidato do Psol à presidência da República, Guilherme Boulos, gravou vídeo para dar um recado á militância de esquerda, derrotada neste domingo (28) com a ascensão do deputado Jair Bolsonaro (PSL) à presidência da República. Líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Boulos avisou que haverá resistência nas ruas ao que ele considera como uma ameaça antidemocrática, e que já na próxima terça-feira (30) a frente Povo Sem Medo promoverá manifestações “em várias cidades do país, para afirmar nosso compromisso com a democracia “.
“Bolsonaro é uma ameaça real à democracia brasileira. Por isso, já nós próximos dias, vamos contribuir para impulsionar uma frente ampla pela democracia do Brasil com todos aqueles que, neste segundo turno, souberam se colocar do lado certo da história. É importante que aqui se diga e se reafirme: vai ter resistência! Entre a prisão e o exílio, nós escolhemos as ruas”, discursa o representante do Psol, referindo-se ao discurso em que Bolsonaro se dirige de casa em transmissão ao vivo, no último domingo (21), a apoiadores que realizavam ato na Avenida Paulista. Não ocasião, ele disse que varreria do país e prenderia “os vermelhos”, em referência à militância de esquerda.
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Veja no vídeo:
Vai ter resistência democrática! pic.twitter.com/guH0xdnkiT
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) 28 de outubro de 2018
Aos 36 anos, Boulos foi o mais novo candidato à presidência da República em toda a história. Aliado do ex-presidente Lula (PT) – a ponto de ter tido espaço cativo no alto de um caminhão feito de palanque em frente à sede do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo, antes da prisão do petista, em 7 de abril –, ele não poupou críticas ao capitão da reserva do Exército. Segundo o líder do MTST, Bolsonaro foi o responsável por “uma eleição marcada pelo medo e pelo ódio”.
“Para conseguir a vitória, Jair Bolsonaro fugiu dos debates e se escondeu atrás de uma rede de mentiras no WhatsApp, à base de fraude e de caixa dois. Foi o candidato da intolerância, que explorou o medo e a desilusão das pessoas. É alguém que defende a ditadura, a tortura e a violência como solução para os problemas”, acrescenta Boulos, para quem o país sai “fraturado” da corrida presidencial.
Décimo lugar no primeiro turno com 617.122 votos (0,58% dos validos), Boulos esteve com Fernando Haddad (PT) há pouco no discurso em que o petista pediu coragem e respeito à oposição. Ao lado de sua vice, Manuela D’Ávila (PCdoB), Haddad lembrou que dezenas de milhões de cidadãs e cidadãos conferiram voto ao PT.
“Uma parte expressiva do povo brasileiro precisa ser respeitada neste momento, a parte que diverge da maioria e tem outro projeto para o Brasil”, destacou o petista.
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