Poucas obras representam tão bem o Brasil quanto a foto que retrata a proximidade entre varandas com piscinas em um prédio do bairro paulistano do Morumbi ao lado da imensa favela de Paraisópolis. O clique do fotógrafo Tuca Vieira é de 2004, mas excetuando-se questões arquitetônicas, poderia ser diversas cidades e da maior parte da história do Brasil.
Essa desigualdade, expressa em diversos aspectos da realidade brasileira, vai desde o acesso à comida até o uso da internet. Este último aspecto, é documentado fartamente por pesquisas como a TIC domicílios, elaborada a cada dois anos a pedido do Comitê Gestor da Internet no Brasil, que mostra as discrepâncias no acesso à internet dentro do País.
Contudo, há duas outras pesquisas, internacionais, que mostram um abismo gigantesco entre a tecnologia produzida pelo Estado brasileiro e a consumida pela população. São elas o ranking do Banco Mundial em transformação digital do serviço público e o Índice de Educação em Risco Cibernético. Em 2021, portanto as duas pesquisas referem-se ao mesmo ano, o Brasil atingiu o sétimo melhor lugar na primeira e o oitavo pior lugar na segunda.
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Em outras palavras, o mundo inteiro vê que o Brasil produz, por meio de suas empresas públicas de tecnologia da informação Dataprev e Serpro, soluções de excelente qualidade, acessíveis e gratuitas. Por outro lado, também é possível observar que a população brasileira não consegue acessar esses serviços porque não tem letramento digital suficiente. Ou seja: o serviço existe, mas o povo não sabe acessá-lo.
A Campanha Salve Seus Dados acredita que a principal forma de juntar essas duas partes da realidade brasileira é a educação. Uma educação pensada para o futuro, que contemple não só as disciplinas básicas já existentes, mas também as competências necessárias para a vida em um mundo cada vez mais digital.
Por isso, a Campanha apoia o Projeto de Lei 4513/20, que institui a Política Nacional de Educação Digital. Por entender que a aprovação de uma política nesse sentido é fundamental para transformar a realidade no Brasil.
PublicidadeElaborado pela deputada Ângela Amin (Progressistas – SC) e relatado na Câmara dos Deputados pelo Professor Israel Batista (PSB – DF), o projeto está baseada em quatro eixos de atuação que podem mudar radicalmente a forma como os brasileiros se relacionam com o mundo digital: qualificação de trabalhadores, especialização para melhorar a empregabilidade, pesquisa digital e apoio à população excluída do mundo digital. Levando em conta que “A 4ª revolução industrial, marcada pela difusão das tecnologias digitais, afeta todos os aspectos da vida humana, da saúde ao comércio, das interações sociais à forma como as pessoas trabalham”, como aponta a justificação do PL.
A Campanha Salve Seus Dados considera que os eixos descritos são a base da construção de um País pensado para o presente e para o futuro, que não seja dependente nem tecnológica, nem econômica e nem politicamente de outros países do mundo. Que seja capaz de manter a soberania nacional e seguir produzindo riquezas cada vez mais complexas. Entrando na nova ordem mundial, revolução digital 4.0 ou 4ª revolução industrial, como o mundo decidir chamar, preparado para os novos desafios, pronto para auxiliar outros países e mais igual em oportunidades para toda a sua população.
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