Renata Villela*
A Conferência do Clima começa amanhã (31) na cidade de Glasgow, Escócia. A COP 26 chega em um momento em que grande parte da humanidade já se deu conta de que para ter um futuro, é necessário privilegiar outras variáveis além do lucro. E isso serve tanto para os países, quanto para as empresas públicas e privadas.
Apesar dos resultados ruins que o Brasil tem a apresentar na COP 26, há uma série de boas iniciativas nos setores de ponta da economia. Dataprev e Serpro, por exemplo, são empresas públicas que, por terem compromisso com o desenvolvimento do Brasil e com a construção da cidadania, buscam inovar nas práticas ambientalmente corretas.
O descarte correto do lixo eletrônico, o incentivo à redução da utilização de materiais descartáveis, a reciclagem, a captação da água de chuvas, a coleta seletiva entre outras medidas, são adotadas pelas duas empresas. Além disso, tanto na Dataprev quanto no Serpro, há áreas dedicadas à economia e à sustentabilidade.
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A Dataprev apoia desde 2015 o projeto Programando o Futuro, por meio de doação de computadores que são recondicionados e entregues às escolas públicas, prefeituras e entidades sem fins lucrativos visando a inclusão digital, assim como a qualificação profissional na área de informática para as populações mais carentes.
Segundo um funcionário da Dataprev, “essas iniciativas, que são positivas para o ambiente e a sociedade, têm custos, e podem ser canceladas se a Dataprev e o Serpro forem privatizados”. O especialista ainda explica que isso ocorre porque trabalhando para a União por contratos, a iniciativa privada buscará maximizar os lucros no menor tempo possível, deixando de lado os projetos que podem ser lucrativos a longo prazo.
PublicidadeEsse é o caso de outra iniciativa da Dataprev na compra de energia limpa, destinada inicialmente aos data centers de São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). Os gestores da empresa pública conseguiram uma janela de oportunidade no mercado livre de energia, e, além da economia de R$ 265 mil, evitaram o corte de cerca de 200 árvores com o uso de energia de fontes renováveis.
O Serpro não fica para trás na capacidade de desenvolver novas ações de preservação do Meio Ambiente. Até dezembro deste ano, a empresa entregará uma plataforma de créditos de descarbonização (CBIOs). Uma encomenda da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e faz parte do programa RenovaBio. Com essa plataforma, o Brasil poderá vender créditos de carbono, um certificado eletrônico emitido por empresas pouco poluentes, para empresas muito poluentes, que são movidas por combustíveis fósseis, como petróleo e carvão. Portanto, além dos benefícios ambientais, a plataforma pode trazer ganho de riquezas ao Brasil.
“As soluções que o Serpro desenvolve beneficiam todos os brasileiros. Mas nesse caso beneficiam também o Brasil e o mundo. Eu e meus colegas temos orgulho de fazer parte dessas transformações”, afirma um especialista da empresa.
Para melhorar a imagem do Brasil nas próximas conferências, o País vai precisar das empresas públicas e de muita vontade política de colocar a agenda ambiental na pauta do dia.
*Renata Vilela, especial para a campanha Salve Seus Dados
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