Um homem negro foi espancado e morto por dois seguranças de uma unidade do Carrefour no bairro Passo D’Areia, em Porto Alegre, na véspera do dia da Consciência Negra. Segundo relatos, João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi levado após um desentendimento para o estacionamento do hipermercado, onde a agressão o levou à morte. O homicídio foi gravado, e o vídeo corre nas redes sociais. O assunto está entre os mais comentados das redes nesta manhã, dia em que se celebra a Consciência Negra.
Os seguranças envolvidos na operação – um deles um policial militar – estão presos. O Carrefour disse em nota que lamenta o ocorrido e que fará imediatamente o rompimento do contrato com a empresa de segurança, assim como a demissão do gerente da loja no momento da agressão. A loja permanecerá fechada, em sinal de respeito.
O caso, ocorrido no fim da noite de quinta-feira (19), gerou rápida reação da classe política, e é o assunto mais comentado do Twitter nesta manhã. A deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) foi uma das primeiras a se manifestar e pediu investigação urgente ao caso:
Leia também
PublicidadeEstou chocada com a morte de um homem negro de 60 anos, assassinado a chutes e pontapés por seguranças do Carrefour. Exigimos investigação urgentemente. Acabei de receber as imagens. É revoltante. E às vésperas do dia da consciência negra. Até quando vamos naturalizar isso?
Publicidade— Fernanda Melchionna (@fernandapsol) November 20, 2020
A candidata a prefeita pelo PCdoB à prefeitura de Porto Alegre, Manuela D’Ávila, afirmou que é preciso encarar o racismo de frente:
O racismo que estrutura as relações de nossa sociedade precisa ser enfrentado de frente. As mulheres e homens brancos precisam assumir a sua responsabilidade na luta antirracista. Quantos Betos? Qual pessoa branca você viu ser vítima dessa violência??
— Manuela 65 (@ManuelaDavila) November 20, 2020
Sebastião Melo (MDB), que está no segundo turno contra Manuela pela prefeitura de Porto Alegre, também se manifestou. Ambos estavam no debate organizado pela TV Bandeirantes no momento do crime.
Acabo de saber da morte de um homem negro por seguranças do Carrefour da zona norte aqui de Porto Alegre. Um absurdo! As cenas são chocantes. Justamente no dia Nacional de luta contra o racismo. Medidas rigorosas devem ser tomadas imediatamente!
— Sebastião Melo (@SebastiaoMelo) November 20, 2020
Matheus Gomes, eleito no último domingo para um mandato na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, anunciou que uma manifestação, protagonizada por movimentos negros, ocorrerá na porta do mercado ainda hoje.
QUE ÓDIO! Acabei de ver as cenas do assassinato de João Alberto, espancado até a morte no Carrefour da ZN!
Um homem negro morto a socos! Os seguranças o asfixiaram com o joelho nas costas! Não relativizem: isso nunca ocorreu com pessoas brancas dentro de um supermercado!— Matheus Gomes (@matheuspggomes) November 20, 2020
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) também se manifestou:
No Dia da Consciência Negra, o assassinato brutal de João Alberto Freitas, espancado até a morte por seguranças de um supermercado, em Porto Alegre, estarrece e escancara a necessidade de lutar contra o terrível racismo estrutural que corrói nossa sociedade.
— Davi Alcolumbre (@davialcolumbre) November 20, 2020
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) se manifestou sobre o assassinato na tarde desta sexta-feira (20).
Em nome da Câmara dos Deputados, envio meus sentimentos à família e aos amigos do João Alberto Silveira Freitas. A cultura do ódio e do racismo deve ser combatida na origem, e todo peso da lei deve ser usado para punir quem promove o ódio e o racismo.
— Rodrigo Maia (@RodrigoMaia) November 20, 2020
Por meio de nota, a OAB disse lamentar profundamente a morte de João Alberto e afirmou que acompanhará todo o processo de investigação para que, “obedecidos os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório, com o devido processo legal, possam os responsáveis pela morte do João Alberto responder pelos seus atos, na forma da lei”.
> Nivelando por cima: por que inserir negros e negras no mercado de trabalho
> Frederick Wassef é acusado de racismo por funcionária de pizzaria
Soube dessa tragédia pelo rádio. Passei o dia revoltado contra a maldade do ser humano. Como se pode matar a pancadas uma pessoa indefesa? Agora a noite fui ver o vídeo. Meu Deus! Sou contra isso, mas confesso q não me incomodaria se esses assassinos covardes também fossem mortos a pancadas pelos outros presos.
Olha, eu juro que tento deixar de comentar mas não consigo…
Independente do que tenha acontecido antes, não justifica esse desfecho. Um cara apanhar de dois até morrer, pelo amor de Deus. Se ele ofendeu alguém ou mesmo agrediu, que levasse um tapa na orelha, fosse imobilizado e conduzido a uma delegacia. Já era. Precisava acabar assim?
E uma pergunta que não quer calar: fosse um bacana branco de olhos claros na mesma situação, teria sido assim? Alguém lembra do episódio ocorrido aqui em SP, num bairro nobre chamado Alphaville, onde o bacanão até ameaçou o PM, o xingou de tudo quanto foi nome e este manteve-se impassível? Pois é…e isso por que? Porque fazem diferenciação sim, entre cor e classe social. Fosse um negr0 num bairro de periferia, o PM teria ficado tão sereno daquela forma? É o mesmo caso desse cidadão que faleceu. Não agiriam assim dependendo de quem fosse.
Pelo pouco que li e ouvi, o camarada até poderia ser do tipo pelo qual não nutro simpatia, folgadão e tals…mas não justifica esse desfecho covarde.
Esse vídeo é claramente editado.
Mostra os seguranças dando 12 socos nele, mostra ele caído no chão inconsciente depois disso e depois o corpo sendo coberto com panos.
Não mostra todo o andamento do espancamento, não mostra como desandou para espancamento.
Ou seja, mostra o que a esquerda quer que mostre.
Seja lá quem foi que postou isso, com certeza vai votar no PCdoB.
Seu doente, que esquerda que quer que mostre o quê? O cara não apanhou de dois até morrer? Ou está vivo ainda e quem bateu nos dois foi ele? Editado onde?
V-A-M sindicalista
Responde aí o que eu perguntei, filho. O cara não apanhou de duas pessoas até morrer? Ou é “fake news”? Doente…
Mais uma história que se repete, e para a vergonha de nós gaúchos, foi aqui. Mais uma consequência do Efeito Bolsonaro, ou seja a explosão de violência, preconceito e racismo que tomou conta do país depois da eleição de um presidente que é o próprio símbolo de tudo isso. Estes Shoppings tem que ser responsabilizados já que eles sabem muito bem a categoria de pessoas que contratam para fazerem a sua segurança.