Renny, um elemento absolutamente pacífico, estava a andar pelas ruas da cidade norte-americana de Syracuse, quando foi brutalmente atacado a poder de mordidas. Já bastante ferido, Renny só não morreu por conta da intervenção de um policial. Seu impiedoso agressor atendia pelo nome de Russell.
Não menos desafortunado foi um norte-americano conhecido pelo sugestivo apelido de “Bebe”. Morador da cidade de Nova York, “Bebe” também foi atacado a patadas e mordidas por um perigoso animal cujo nome era Fontanez. Médicos constataram, horrorizados, que uma das feridas chegou à espantosa marca de oito centímetros quadrados! Acredite: foi necessária uma ordem judicial determinando que Fontanez fosse mantido a no mínimo 90 metros de distância de “Bebe”, para protegê-lo de novas investidas ferozes.
Casos assim se repetem aos milhares, todos os dias. Citei dois somente para ilustração. Renny e “Bebe” são, no final das contas, apenas a “ponta do iceberg” das agressões praticadas pelo ser humano contra os animais. Sim, animais: Renny é um bem treinado pastor alemão, e “Bebe” um pacífico poodle. E ambos foram atacados a mordidas por seres humanos! O caso de Renny foi um acidente profissional: trata-se de um cão policial. Já “Bebe” foi vítima de uma crise de ciúmes do violento namorado de sua dona.
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Mas talvez o caso mais triste de todos seja o do infeliz Fisher, um pacato peixinho que vivia em um pequeno aquário na casa de sua dona, moradora da cidade norte-americana de Portland. Ele acabou morto a facadas pelo ex-namorado dela, também após uma crise de ciúmes.
Há também as violências praticadas pelo Estado. Que o diga uma pobre cabra da Nigéria, que acabou presa como suspeita de um assalto a mão armada (ou seria a “pata armada”?). Aconteceu na cidade de Kwara: um assaltante fugia da polícia após ter tentado roubar um carro, e, segundo os policiais, teria se transformado na infeliz cabra que, por azar, pastava nas proximidades – assim, no lugar “do cabra” foi parar na cadeia “a cabra”, que estava no lugar errado na hora errada.
Enquanto isso, no civilizado Canadá, um pobre pato quase “pagou o pato” durante um assalto a uma doceria quando um meliante ameaçou esganá-lo caso os clientes não entregassem seus bens de forma “carneira”.
PublicidadeFinalizo com o caso de centenas de cachorros da Cisjordânia, diagnosticados por diversos veterinários como afetados por estresse, decorrente dos sucessivos conflitos e atentados acontecidos naquela conturbada região. Registraram-se casos de cachorros que uivam sem parar, outros que passaram a sofrer de tremedeiras constantes, e até de incontinência urinária. Vários desses cachorros têm sido medicados com Valium, um potente ansiolítico. Um veterinário da região, entrevistado, declarou ter atendido um cachorro que, de tão traumatizado, parou de comer. Segundo ele, “há quase dois meses que o coitado se recusa a pôr as patas na rua”.
Diante desse quadro, faz todo o sentido uma pesquisa que li há alguns dias, dando conta de que no mundo moderno 42% dos cachorros têm algum tipo de problema comportamental, e 77% deles tomam algum tipo de medicamento. Isto quanto aos cães. E os homens? Pois é. Talvez, afinal, esteja correta a acusação de Oscar Wilde, segundo quem “o homem é um animal racional que sempre perde a cabeça quando chamado a agir pelos ditames da razão”.
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