O Partido dos Trabalhadores não terá representante no primeiro debate entre presidenciáveis na TV aberta, depois de realizadas as convenções partidárias. Hoje (quinta, 9), a partir das 22h, a TV Bandeirantes receberá em estúdio oito candidatos já formalizados, à exceção do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, escolhido para representar Lula, preso desde 7 de abril, na corrida eleitoral. A ausência de Haddad tem explicação: o partido fará evento paralelo, transmitido nas redes sociais, durante todo o debate na Band.
A estratégia petista é movimentar, por meio de canais do PT na internet, internautas por meio de uma transmissão reunindo Fernando Haddad e sua vice, Manuela D’Ávila (PCdoB). Mais do que candidatos, ambos são classificados pelo partido como “porta-vozes da candidatura de Lula”.
A ideia é comentar propostas abordadas pelos outros candidatos e rebater, em nome de Lula, críticas eventualmente lançadas contra o petista durante o debate. Também participarão do debate alternativo a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), e o ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli, que é um dos coordenadores do programa de governo petista.
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Mediados pelo apresentador Ricardo Boechat, confirmaram presença no debate os candidatos Álvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Jair Bolsonaro (PSL), Guilherme Boulos (Psol), Henrique Meirelles (MDB) e Ciro Gomes (PDT). A transmissão será estendida ao canal da emissora no YouTube.
Mesmo tendo confirmado o nome de Lula em convenção nacional, o PT tem o obstáculo da Lei da Ficha Limpa a superar, uma vez que o ex-presidente, condenado em segunda instância, deve ser enquadrado nas condições de inelegibilidade descritas na legislação. A cruzada judicial para tornar Lula viável tem esbarrado em instâncias diversas, como o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que hoje (quinta, 9) negou mais um pedido do PT para que o ex-presidente participe de debates na TV aberta. O TRF-4 negou inclusive um mandado de segurança ajuizado pelo partido.
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Por meio de nota, advogados do PT dizem que as restrições impostas a Lula “desconstroem a própria democracia brasileira e o direito da população brasileira de escolher livremente o próximo presidente. […] Deixando o povo alijado de ouvir, ao menos, as propostas, é suprimir a própria participação popular do próximo pleito eleitoral”, reclama a defesa do cacique petista, condenado a mais de 12 anos de prisão em decorrência da Operação Lava Jato. Eles lembram que Lula lidera pesquisas de intenção de voto em qualquer cenário, e que alijá-lo do debate afronta a isonomia entre os presidenciáveis.
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