O Facebook começou a sofrer nesta quarta-feira (1º) boicote de algumas das maiores companhias do mundo para pressionar a plataforma a rever sua política, considerada omissa, em relação ao à disseminação de mensagens odiosas. Participam da campanha cerca de 400 empresas, entre elas, gigantes como a Coca-Cola, a Unilever, a Volkswagen, a Honda, a Ford e a Adidas, que anunciaram que deixarão de pagar para veicular anúncios na rede. A campanha deve se estender, pelo menos, até o fim do mês.
O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, apresentou nesta semana os termos de uso do Facebook e a adoção de medidas para restringir conteúdos de intolerância e ódio. Mas as mudanças não satisfizeram as empresas.
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Apenas o anúncio do boicote fez as ações do Facebook na Bolsa despencarem 8,3% na última sexta-feira (26). A empresa perdeu US$ 56 bilhões (R$ 307 bilhões) em valor de mercado. A agência Bloomberg estima que essa desvalorização fez Zuckerberg perder US$ 7,2 bilhões (R$ 39,4 bilhões) de sua fortuna.
O movimento faz parte da campanha “Stop Hate for Profit”, criada no último dia 17 por grupos de defesa de direitos civis dos Estados Unidos após o assassinato de George Floyd, cidadão negro morto após ser asfixiado pelo policial branco Derek Chauvin em Minneapolis. O episódio provocou uma série de protestos contra o racismo em vários países.
O grupo encaminhou à plataforma dez pedidos de alteração em sua política de conteúdo. Entre elas, a possibilidade de pessoas que sofrerem assédio grave ter contato com um funcionário do Facebook e a remoção de anúncios veiculados ao lado de conteúdo ofensivo. Zuckerberg anunciou que a empresa fará auditoria de seus controles de incitação ao ódio.
Procurado pelo Congresso em Foco, o Facebook rebateu as críticas que tem sofrido: “Nos abrimos para uma auditoria de direitos civis e banimos 250 organizações supremacistas brancas do Facebook e Instagram. Os investimentos que fizemos em Inteligência Artificial nos possibilitam encontrar quase 90% do discurso de ódio proativamente, agindo sobre eles antes que um usuário nos denuncie”.
Veja a íntegra do comunicado da plataforma:
“Investimos bilhões de dólares todos os anos para manter nossa comunidade segura e trabalhamos continuamente com especialistas da sociedade civil para revisar e atualizar nossas políticas. Nos abrimos para uma auditoria de direitos civis e banimos 250 organizações supremacistas brancas do Facebook e Instagram. Os investimentos que fizemos em Inteligência Artificial nos possibilitam encontrar quase 90% do discurso de ódio proativamente, agindo sobre eles antes que um usuário nos denuncie, e um relatório recente da União Europeia apontou que o Facebook analisou mais denúncias de discurso de ódio em 24 horas do que o Twitter e o YouTube. Temos mais trabalho para fazer e continuaremos trabalhando com grupos de direitos civis, GARM (Global Alliance for Responsible Media) e outros especialistas para desenvolver ainda mais ferramentas, tecnologias e políticas para continuar essa luta.”
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