A facada que quase levou o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) à morte nesta quinta-feira (6) constituiu, em um período de 16 horas a partir do episódio, o evento de maior repercussão no Twitter desde as eleições de 2014. Das 16h de ontem (quinta 6) às 10h desta sexta-feira (07), foram identificados 3,2 milhões de referências ao ataque.
Os dados constam de levantamento feito pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas (Dapp) da Fundação Getulio Vargas (FGV), que aplicou a mesma metodologia para auferir o potencial dos principais assuntos no Twitter nas eleições presidenciais passadas. A hashtag mais mobilizada no período de 16 horas foi #forçabolsonaro, com 197,3 mil registros, seguida de #bolsonaropresidente17 (21,4 mil), #direitaunida (11,3 mil), #bolsonaro (10,1 mil) e #somostodosbolsonaro (6,2 mil).
“A repercussão adotou múltiplos contornos, incluindo procedimentos médicos por que Bolsonaro passou, as manifestações de pesar, as referências ao discurso de ódio e à violência no processo democrático e o forte engajamento sobre a veracidade do evento, que até a noite de quinta respondia pela maior parte das interações”, diz trecho de relatório sobre o trabalho.
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O debate entre internautas na rede social chegou a registrar média de 300 mil publicações por hora na noite de ontem (quinta, 6) quando Bolsonaro já havia passado por cirurgia em Juiz de Fora (MG), local do atentado. Horas depois, já na manhã desta sexta-feira (7), a média de novas postagens ainda era alta e chegou a 150 mil por hora.
Confira a taxa de menções na linha do tempo, a partir do episódio:
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Como este site mostrou mais cedo, o pico de menções da discussão, que acumulava mais de 1,4 milhão de tuítes até as 20h desta quinta-feira, foi atingido por volta das 16h40, instantes depois de o ataque ganhar o noticiário. Nesse período, a média de postagens já era de 11,8 mil por minuto no Twitter. “Fora do Brasil, já são 48,4 mil tuítes em inglês sobre o ataque a Bolsonaro, provenientes principalmente dos Estados Unidos (14 mil). Em espanhol, somam-se 91,9 mil tuítes, originados sobretudo da Argentina (21,1 mil) e da Venezuela (16,5 mil)”, acrescenta o levantamento.
A FGV informa ainda que os tuítes mais compartilhados são, entre outros, aqueles que especulam se houve, de fato, ataque a Bolsonaro ou se a facada provocou dano proporcional à repercussão, em um contexto de noticiário sugerindo a gravidade do ferimento. Nesse sentido, as postagens mais compartilhadas satirizam o candidato massivamente, com mais de 20 mil retuítes desde o episódio, mas com queda gradual na velocidade de repercussão.
“Também há publicações de filhos de Bolsonaro, com informações sobre os desdobramentos do atendimento ao pai, e postagens de atores de diferentes espectros políticos destacando que, apesar das divergências em relação a Bolsonaro, repudiam o ataque e desejam pronta melhora”, acrescenta o material da FGV.
Também há referências aos demais presidenciáveis na medição. Lula (PT), Ciro Gomes (PDT), João Amoêdo (Novo) e Guilherme Boulos (Psol) são os mais citados, mas entre eles aparecem menções a Marielle Franco, vereadora do Psol assassinada em março, e Dilma Rousseff, presidente petista que sofreu impeachment em agosto de 2016.
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Veja no gráfico:
“O ex-presidente Lula permanece desde ontem como o ator político de maior associação ao ataque a Bolsonaro, com 185,9 mil menções, citado em razão dos tiros à caravana pelo Sul do Brasil, em março, e também como figura central do espectro político do país, ao lado de Bolsonaro. Perfis falam dos ataques a ambos como exemplos da agressividade que marca os debates políticos na atualidade e do colapso da manutenção institucional na condução do processo eleitoral”, explica o relatório.
“Atores contrários a Lula enfatizam seu papel como principal figura de rejeição a Bolsonaro e afirmam que o PT detém responsabilidade pelo ocorrido, citando a declaração do candidato a vice-presidente do deputado na chapa eleitoral, o general Hamilton Mourão. À esquerda, relaciona-se fala recente de Bolsonaro, sobre ‘metralhar a petralhada’, com o esfaqueamento […]”, acrescenta a FGV.
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