Os oceanos atingiram em 2019 novos recordes de aquecimento, tendo a temperatura mais alta da história, indica o estudo da revista científica “Advances in Atmospheric Sciences” divulgado nesta segunda-feira (13). De acordo com a publicação, o aquecimento registrado de 1987 a 2019 foi 450% maior que o de 1955 a 1986, refletindo um aumento das taxa de mudanças climáticas globais.
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A elevação da temperatura dos oceanos é medida em “zetta joules”, que diz respeito a energia acumulada ou absorvida. De acordo com a pesquisa, a anomalia de calor do oceano em 2019 foi de 228 Zetta Joules acima da média registrada de 1981 a 2010 e 25 ZJ acima de 2018.
De acordo com o estudo, as emissões humanas de gases resultaram em um aquecimento a longo prazo do planeta. Mais de 90% do calor retido na terra pelos gases do efeito estufa é absorvido e estocado nos oceanos, diz estudos científicos citados na pesquisa. “Mensurar o calor retido nos oceanos (OHC) é um dos melhores jeitos de quantificar a taxa do aquecimento global”, afirma o documento.
Impactos
O artigo relaciona grandes incêndios, como o da Amazônia e da Austrália, vistos em 2019, ao aumento da temperatura dos oceanos. “Essa é uma das principais razões do porquê a Terra experimentou um aumento de incêndios catastróficos na Amazônia, Califórnia e Austrália em 2019 (estendendo-se para 2020 na Austrália)”, explicam os pesquisadores no artigo.
PublicidadeOs pesquisadores destacam que “mesmo que a temperatura média da Terra na superfície consiga ser estabilizada em 2°C, ou menor que isso, principal objetivo acertado no Acordo de Paris, o aquecimento dos oceanos continuará, já que o oceano e outros componentes da Terra, como as geleiras, demoram mais para responder às mudanças e reequilibrar”. No entanto, alertam que as taxas do aquecimento oceânico serão menores, se houver menos emissões de gases do efeito estufa.
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