Dilceu Sperafico*
Como defendemos há décadas, o agronegócio brasileiro é o maior interessado na preservação da natureza e equilíbrio do meio ambiente.
Ocorre que o produtor rural é o único profissional a exercer atividade econômica a céu aberto, cujos resultados podem ser alterados drasticamente por apenas um e rápido fenômeno climático desfavorável, como uma tempestade de granizo, um vendaval ou uma semana de estiagem na fase crítica das plantações.
Tanto isso é verdade que o homem do campo é o único cidadão a destinar parte de sua propriedade privada e investir recursos financeiros próprios na recuperação e manutenção de áreas florestais e cursos d’água, com benefícios para toda a sociedade, incluindo os moradores urbanos.
O agricultor brasileiro, portanto, está cada vez mais consciente de que o futuro da agropecuária está atrelado à recuperação, preservação e valorização dos recursos naturais, com o aproveitamento correto do potencial singular do país, como solo fértil, topografia favorável, clima generoso, extensão territorial, tradição e vocação do produtor e domínio da moderna tecnologia.
Outro exemplo dessa realidade ocorreu nas comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente, pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), no dia 05/06 último, com apelo especial e objetivo.
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O slogan “Sete bilhões de sonhos. Um planeta. Consuma com moderação”, resume o desafio de alimentar sete bilhões de seres humanos do planeta, pois exige aumento da produção e revisão do estilo de vida de consumidores, assumindo a condição de membros da comunidade global.
Conforme o organismo, de um a três bilhões de pessoas ascenderão à classe média da população global até 2030 e o agronegócio brasileiro, um dos maiores e mais produtivos do mundo, terá papel importante no esforço para atender à essa demanda por alimentos.
Especialistas do Pnuma afirmam que o Brasil tem grande potencial para se tornar modelo de sustentabilidade e levar esse conceito para outros países, com o crescimento da produção de alimentos para atender a demanda da expansão da classe média nacional e mundial.
O argumento é de que os brasileiros têm relação diferenciada com a natureza e são mais sensíveis ao tema, fator muito importante para a definição de modelo próprio de consumo.
Ocorre que o crescimento da renda de parcela da população facilita o maior acesso ao supérfluo e não apenas ao necessário para a subsistência, o que exige a mudança de mentalidade das pessoas para que não tenham no consumismo o único objetivo de vida. Segundo especialistas, o planeta não tem como sustentar o padrão de consumo da classe média atual.
Entre os desafios imediatos da produção e consumo sustentáveis, está a superação da crise de escassez de água, cujos efeitos já estão sendo sentidos pela população.
Sendo assim, é fundamental difundir o conceito de produção e consumo sustentáveis, indo além da gestão ambiental, reduzindo o desperdício de alimentos e matérias-primas e oferecendo produtos mais sustentáveis, como eletrodomésticos com menor consumo de eletricidade, além da exploração de fontes alternativas de geração de energia.
Considerando todos esses aspectos, o que constatamos é a dependência cada vez maior das cidades da eficiência do agronegócio. Afinal, estão no campo as possibilidades de aumento da oferta de alimentos, da preservação dos recursos naturais e da geração de energia limpa e renovável.
*Deputado federal pelo PP do Paraná. E-mail: dep.dilceusperafico@camara.leg.br
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