Junji Abe *
Uma mulher com sinais de embriaguez atropelou e matou dois em São Paulo. Para completar, ainda tentou fugir. Dificilmente, uma semana termina sem ocorrências no trânsito, causadas por gente que insiste em dirigir alcoolizada. Já as punições tropeçam mais do que bêbado e, não raro, passam longe do esperado rigor.
Malucos do volante tiram milhares de vidas, inclusive as próprias, ou mutilam suas vítimas. Acidente? Ora, se o motorista resolve dirigir sob influência de álcool ou drogas, sabe que corre o risco de matar e ferir. Se acontece, ainda que sem intenção, não foi acidente. Álcool no organismo afeta as condições normais do indivíduo. Seus efeitos variam para cada pessoa. Mas a regra vale para todos: se beber, não dirija. Ponto final.
Por mais que parte dos motoristas reclame das regras de trânsito, elas existem para serem cumpridas. Recentemente, o Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo) organizou blitze em Mogi das Cruzes para flagrar motoristas embriagados. Dos 157 que fizeram o teste do bafômetro, oito foram autuados por embriaguez ao volante e multados, além de responder a processo administrativo junto ao órgão pela suspensão do direito de dirigir por 12 meses. Metade deles também enfrenta a Justiça por crime de trânsito, devido à dosagem maior de álcool ingerido. Choveram reclamações nas redes sociais.
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Penso que a fiscalização tem de ser ainda maior. Se um motorista anda na linha, não tem o que temer. Para tentar reduzir a sanha dos condutores embriagados, a alternativa tem sido endurecer punições do Código de Trânsito Brasileiro. O Senado analisa projeto que dobra a pena para o motorista alcoolizado responsável por acidente com morte. Passará a ser de 4 a 8 anos de reclusão. Pena máxima significa cadeia, porque acaba a possibilidade de conversão para prestação de serviços à comunidade.
Num país onde a educação não é levada a sério como deveria e boa parte dos pais se exime da responsabilidade de incutir valores morais e éticos nos filhos, resta o endurecimento das penalidades para tentar frear a incidência da combinação mortal de álcool e direção. E, com ela, as ações desastrosas dos malucos do volante.
Publicidade* Líder rural, foi deputado federal pelo PSD-SP (2011-2015) e prefeito de Mogi das Cruzes (2001-2008).
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