O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) questionou nesta segunda-feira (13) o que seus seguidores pensam sobre a participação de mulheres transexuais em esportes femininos, tema que provoca debates no Brasil dentro e fora das quadras, muitas vezes relacionados ao nome da jogadora de vôlei Tiffany, que já teve sua participação em quadra questionada por atletas, no passado.
> Maia teve quase três vezes mais buscas na internet que Alcolumbre, em 2019
– QUAL A SUA OPINIÃO? pic.twitter.com/bCqNadUISZ
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) January 13, 2020
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O assunto trazido pelo presidente ganhou relevância em março do ano passado após o time de Tiffany, o Sesi-Bauru, eliminar o Sesc/RJ, da Superliga, e o técnico Bernardinho ser visto afirmando que a jogadora trans tinha movimentos masculinos.
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O episódio provocou críticas ao técnico, que foi defendido por Tiffany. Ela explicou que aprendeu a jogar antes da transição e que manteve técnicas que aprendeu naquela época, o que explicaria o comentário de Bernardinho.
Além da atleta do Bauru, outros esportistas saíram em defesa de Bernardinho, entre eles a medalhista olímpica Ana Paula, que defendeu a não participação de “homens biológicos”, em esportes femininos.
“Leio que a militância a favor de trans no esporte feminino e contra as mulheres atacou Bernardinho por ele ter dito a verdade, que Tiffany tem um ataque de homem. Minoria barulhenta que quer empurrar a todo custo que sentimentos são mais importantes que fatos e biologia. Não são”, disse no Twitter.
Num post de um perfil LGBT que ataca brutalmente Bernardinho por ter dito a verdade, a lucidez é mostrada exatamente nos comentários da própria comunidade gay que, em absoluta maioria, não concorda com homens biológicos competindo, vencendo e batendo recordes de mulheres.🙏🏻🌹
— Ana Paula Henkel (@AnaPaulaVolei) March 27, 2019
Em resposta, Tiffany afirmou que o comentário da medalhista foi homofóbico e disse que Ana Paula baseava seu pensamento em “achismo”, ao contrário do Comitê Olímpico Internacional (COI), que teria estudado a anatomia humana.
O COI permite a participação de mulheres trans em esportes femininos, mas exige uma série de restrições. Essas atletas, por exemplo, precisam declarar a identidade de gênero feminina e manter nível de testosterona, hormônio masculino, dentro do nível permitido para disputas: abaixo de 10 nmol/L durante os últimos 12 meses antes de sua primeira competição, além de manter este nível durante o período de competição.
Projetos de lei
Apesar do entendimento do COI, pelo menos três propostas tramitam na Câmara atualmente determinando que o sexo biológico seja o fator determinante para um atleta entrar em uma equipe, o que proibiria a participação de mulheres trans em equipes femininas.
O tema mencionado pelo presidente foi debatido em audiência pública em 2019, que contou com a participação das atletas Tiffany e Ana Paula. Além das discussões no legislativo federal, outros 12 estados discutem o tema, segundo a Câmara.
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