O secretário-executivo do Ministério da Educação (MEC), Antonio Paulo Vogel, informou que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será realizado entre janeiro e fevereiro de 2021. Inicialmente, a prova impressa seria aplicada em 1º e 8 de novembro. Na nova configuração, o Enem impresso irá ocorrer nas datas de 17 e 24 de janeiro de 2021. Já o Enem Digital, que seria aplicado em outubro deste ano, será em 31 de janeiro e 7 de fevereiro de 2021.
A reaplicação do exame será nos dias 24 e 25 de fevereiro. Os resultados estarão disponíveis a partir de 29 de março. O novo calendário foi anunciado em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (8). O adiamento ocorre devido às limitações impostas pela pandemia do novo coronavírus, que afetou a organização das escolas e o planejamento do governo para realização do exame.
“Entendemos que essa decisão não é perfeita e maravilhosa para todos, sabemos que não é. Então, nós buscamos uma solução técnica, tentando ver a data que melhor se adequa para todos”, justificou Vogel. Segundo ele, houve diálogo com as secretarias estaduais de Educação e com as instituições de ensino superior públicas e privadas do país.
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O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes, disse que houve convergência entre os atores sobre a as novas datas. “Os procedimentos operacionais continuam seu curso”, disse ele, adicionando que as medidas estão sendo tomadas para garantir a segurança da aplicação da prova. Entre as ações citadas, estão o uso de máscaras, a disponibilização de álcool em gel e o distanciamento dos alunos em salas.
Consulta pública
Uma consulta pública havia sido realizada com candidatos. Um total de 1.113.350 participantes, cerca de 20% do total de inscritos, opinou sobre as datas. Quase metade (49,7%) manifestou preferência pela aplicação do exame em maio de 2021, enquanto 35,3% dos participantes escolheram janeiro e outros 15% preferiram dezembro de 2020. Apesar do resultado, foi necessário articular o cronograma com secretarias estaduais de educação e universidades, que usam o exame como critério de seleção.
Publicidade“A enquete não seria o único parâmetro para definição da data, era mais um parâmetro”, disse o presidente do Inep ao ser questionado sobre a opção de data. O secretário-executivo disse que se a aplicação ocorresse em maio do ano que vem, poderia haver comprometimento do primeiro semestre letivo. “Se a gente deixasse para maio do ano que vem, os ingressos seriam só no segundo semestre. Perderíamos o semestre inteiro”, disse Vogel.
O ex-ministro Abraham Weintraub apresentou forte resistência ao adiamento do Enem e buscou a manutenção das datas até o último minuto. Após pressão do Congresso, o governo cedeu e resolveu adiar o exame. No entanto, as datas de realização da prova não são o único desafio do Enem. É preciso definir ainda a logística de aplicação da prova, resolver questões orçamentárias e compatibilizar as datas com o início dos semestres letivos nas instituições de ensino superior.
A pasta da Educação está atualmente sem titular, sendo dirigida interinamente por Paulo Vogel, que é um dos nomes cotados para assumir em definitivo o comando do ministério. O interino informou que se reuniu por videoconferência com o presidente Jair Bolsonaro antes do anúncio das novas datas, mas disse que foi uma “reunião de trabalho”, não de escolha de ministro.
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