Estamos cada vez mais familiarizados com as falhas dos aparelhos públicos a exemplo das intermináveis filas no Na Hora, estrutura precária das UPAS, lista de espera nas escolas, atraso no DF sem Miséria, entre tantos outros programas de assistência e direitos básicos que são continuamente violados. Arrisco dizer que muitos de nós, cidadãos, somos céticos quanto a melhoria dos serviços que recebemos por parte do Estado, mas ainda assim temos a esperança de que pior não pode ficar. Pelo menos até nos depararmos com o desastre chamado Governo Ibaneis Rocha.
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Durante a campanha eleitoral o Governador esbravejava pelos canais de rádio e TV, propostas que mais se pareciam com uma compra de votos em larga escala, dentre elas destaco a promessa de abrir mão de 30 milhões de reais em precatórios para utilizá-los em prol da rede pública de ensino. Além disso, nas suas metas de Governo de Transição estavam inclusas 19 mil novas vagas em creches para o Distrito Federal. Autointitulado como “cidadão indignado” fazia questão de mostrar sua capacidade de compreender as falhas de gestão do GDF e as “simplórias” soluções para as mesmas.
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Na altura do terceiro parágrafo desse texto, você, assim como eu, já sabe muito bem que a coligação “Pra fazer a diferença” de diferente tinha apenas o nome. No lugar de utilizar recursos próprios, como prometido em campanha pelo então candidato Ibaneis, para melhorar o sistema educacional do Distrito Federal o que vemos é a precarização massiva e risco de paralisação dos serviços de creches conveniadas.
A consequência disso, é o fechamento dessas creches e o atraso no repasse de pagamentos às instituições beneficentes conveniadas que são responsáveis pelo cuidado de pouco mais de 20 mil crianças. No Sistema Integrado de Gestão Governamental (Siggo), segundo o Jornal Metrópoles, o governo atrasou este ano cerca de 12 milhões em repasse e pode atrasar novamente.
É verdade que os primeiros anos de ensino no DF já não estava dos melhores mesmo antes do Governo Ibaneis. Tanto é que, segundo a pesquisa de Síntese de Indicadores Sociais do IBGE com dados de 2017 o DF estava abaixo da média nacional de atendimento de crianças de 0 a 5 anos, sendo que nosso atendimento alcançava 42,2% das crianças enquanto a média nacional era de 52,9%.
PublicidadeO motivo dessa média inferior a do país fica mais clara quando observamos a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios – PDAD de 2018 que apresenta uma alta taxa de atendimento de crianças de 4 a 5 anos, chegando próximo a universalização do ensino baseada na demanda cadastrada, contudo, baixíssimo atendimento de crianças de 0 a 3 anos de idade, sendo possível constatar que 74,1% de crianças até 03 anos de idade não frequenta creche no Distrito Federal.
Esse histórico, somado à inadimplência e quebra de acordos de cooperação entre o governo e as organizações conveniadas, tornam cada vez mais distante a promessa de ampliação das vagas em creches. Aliás, o nosso atual problema é a instabilidade do atual serviço prestado nas creches conveniadas. Podemos até chegar a dizer que temos chances de ver ainda esse ano a promessa do Ibaneis ser cumprida às avessas, ou seja, no lugar da criação de 19 mil vagas de creche corremos o risco de perder 20 mil vagas.
É necessário investir para dar manutenção e ampliar o atendimento da educação. Não é possível oferecer atendimento especializado a primeira infância sem pagamento de educadores, compra de equipamentos, estrutura de qualidade e alimentação. Educação se faz com recursos e não com promessas.
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Creches públicas nem deveriam existir, para começo de conversa.
O país precisa agir com seriedade e não com politicagem ou manobra para agradar quem quer que seja.
O Brasil mais do que nunca precisa de política pública responsável e voltada ao controle da natalidade. Nenhum país de dimensão continental como o nosso pode ter desenvolvimento sustentável se não combater o crescimento da taxa de natalidade.
Se desejamos qualidade de vida não podemos continuar na insensatez de permitir o descontrole da natalidade, mormente em áreas cruciais onde a pobreza extrema se manifesta de forma incremente. Ainda hoje há famílias paupérrimas com mais de dez filhos.
Creches! A profusão de creches públicas pelo país é decorrente da irresponsabilidade de pais, que não planejam multiplicar a sua família. Não têm condição de sustentar a manutenção de um filho e procriam irresponsavelmente, e depois querem que o Estado seja o seu provedor com a instituição de creches para os seus filhos. E por incrível que pareça, há candidatos políticos cuja bandeira de campanha é a construção de creches na cidade.
Assim, a contínua multiplicação descontrolada da população mais carente em todo território nacional tem que ser olhada com a devida responsabilidade de um país que preze pelo respeito social, pela educação e pela condição de vida de cada cidadão.
Precisamos de menos creches, de menos população descontrolada e de mais qualidade de vida através de políticas públicas responsáveis nas áreas sociais da educação, saúde, segurança, trabalho, habitação, saneamento básico em cidades onde o esgoto ainda corre a céu aberto, bem como de controle da natalidade.