Bacelar *
No próximo dia 15 comemoramos o Dia do Professor. É por isso que, neste mês de outubro, caro leitor, vou dedicar meus artigos, exclusivamente, a esses profissionais tão essenciais no processo de aprendizagem e conhecimento.
Tudo começa com os anos dedicados à faculdade, trabalhos e mais trabalhos, horas e horas de pesquisas, estudo, estágio, sono perdido e monografia. Ufa! Depois de tanto tempo… Enfim, formado! A escola, a partir de agora, será a sua rotina. Pais e alunos serão sua nova família – ou pelo menos deveriam ser. O maior desafio será preparar as aulas com criatividade e fazer com que todos aprendam a matéria da forma mais fácil e prazerosa possível. Alunos comportados, salas de aula limpas, estrutura para trabalhar. A merenda balanceada será servida no horário certo e os laboratórios estarão equipados com computadores de última geração. Em troca da dedicação e amor do professor: respeito, reconhecimento e valorização de todos. Pais, alunos, diretores e governantes. Parece um sonho, não é mesmo? E é. Pelo menos para os professores da rede pública este cenário perfeito está longe de se tornar realidade.
Posso, infelizmente, caro leitor, lhe garantir que o dia a dia de um docente é bem mais complicado do que se imagina. Os desafios começam com o planejamento de conteúdo. As longas e exaustivas jornadas de trabalho acabam obrigando nossos mestres a levarem trabalho pra casa. Corrigir e elaborar provas? Só se for tarde da noite ou num rápido intervalo entre uma aula e outra. As salas estão superlotadas, falta infraestrutura, as mesas e cadeiras estão quebradas, as paredes pichadas. Material escolar? O que é isso? Além de tudo, precisam enfrentar a falta de respeito e as agressões físicas e verbais. Já pensou em um absurdo desses? Não é para qualquer pessoa mesmo. É impossível trabalhar em um ambiente insalubre.
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Ao longo da minha trajetória, como filho de professora, ex-secretário de Educação de Salvador, membro da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados e defensor nato de uma educação pública de qualidade, não conheci heróis ou heroínas, ou pessoas que desempenhavam uma missão ou sacerdócio, mas sim profissionais sérios, competentes, comprometidos com sua atividade e desenvolvimento profissional e, mais do que tudo, com a aprendizagem de seus alunos.
É por isso que, mesmo com esse cenário caótico, quero propor uma reflexão: que nossos mestres sejam valorizados, respeitados e lembrados, não só em 15 de outubro, mas também nos outros 364 dias do ano.
PublicidadeParabéns, professor. Parabéns pelos dias de angústia superados, pelos problemas enfrentados, pelas alegrias compartilhadas, pelas conquistas alcançadas. Parabéns a você, mestre, que devolve ao Pedro, à Ana, ao José, à Maria e ao João a dignidade e a autoestima. Parabéns a você que leva aos milhares cantos do mundo não só o português ou a matemática, mas uma lição de vida e determinação.
* É deputado federal pelo Podemos da Bahia e titular da Comissão de Educação da Câmara.
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