São Paulo – Teoricamente, os exercícios e simulados podem assumir quatro papéis no processo de preparação para concursos: a apropriação de um novo conhecimento; o reforço de uma informação já aprendida; a familiriaziaçãocom o formato do teste; e a identificação de limitações e dificuldades do candidato em relação a determinados conteúdos.
Neste sentido, o primeiro cuidado que o candidato deve ter ao utilizar esse recurso é identificar claramente seu propósito. Ou seja, o candidato dever ter claro por que vai realizar exercícios e o quanto estes irão contribuir com os seus estudos, considerando a situação na qual se encontra.
Os exercícios e simulados também podem ajudar na identificação de questões que aparecem com frequência em determinadas provas. Algumas bancas examinadoras tendem a valorizar determinados assuntos em detrimento de outros. Porém, vale lembrar que isto se encontra no plano das possibilidades – sempre podem ocorrer surpresas, de modo que é preciso ter cuidado ao fazer exercícios exclusivamente com esta intenção.
Outra preocupação importante é o espírito a ser adotado na realização dos exercícios. Muitos candidatos o fazem com o espírito da autodisputa e da autosuperação. Em tese, este não é um bom caminho, já que tais recursos devem ser encarados como meios para contribuição com o processo de aprendizagem, e não como um mecanismo para reforço da autoestima.
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Na visão das teorias piagetianas da aprendizagem, o erro tem um papel muito importante no processo de apropriação intelectual do conhecimento. E os exercícios devem consistir em caminho para aprender com o erro. Por isto os comentários sobre a resolução do exercício acabam tendo um papel importante. Algumas soluções tecnológicas de simulados online oferecem este serviço agregado.
Essas ferramentas também são úteis por oferecerem filtros de seleção temática, bem como a possibilidade de fazer provas já aplicadas de maneira integral.
Há ainda outras vantagens de realizar simulados. Estudos nas ciências neurobiológicas indicam que atividades como realização de exercícios podem ajudar na redução do consumo de energia no cérebro quando as mesmas atividades forem executadas “para valer”. Isto é, a realização de exercícios e a ambientação com este processo tende a diminuir o consumo de energia no cérebro no momento da prova.
Porém, é preciso ter alguns cuidados. Primeiramente, para alguns teóricos da aprendizagem, os exercícios devem ter um papel complementar nos estudos, e não um papel principal, enquanto única fonte de estudos. Além disto, é preciso levar em consideração o estilo de aprendizagem de cada candidato, pois os simulados não terão a mesma eficácia para todos.
Este texto foi publicado originalmente no Portal da Revista Exame, veja aqui.
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