Integrantes do governo de transição, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) e o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) buscaram apagar o incêndio provocado pelo ex-ministro da Fazenda Guido Mantega em torno da eleição de Ilan Goldfajn para a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
A senadora apresentou voto de aplauso, no Senado, ao ex-presidente do Banco Central, que será o primeiro brasileiro a comandar a instituição, criada em 1959 com o objetivo de financiar projetos de desenvolvimento econômico, social e institucional, além de promover a integração comercial entre os países da América Latina e Caribe.
Ele recebeu 80% dos votos e derrotou candidatos de outros quatro países. “A sua eleição enche a todos nós, brasileiras e brasileiros, de muito orgulho”, disse Tebet na justificativa do requerimento. “Parabéns ao Ilan Goldfajn pela eleição para presidência do BID. O Brasil ganhará com a tua gestão”, escreveu Teixeira no Twitter ainda no domingo, logo após o anúncio da vitória de Ilan.
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A eleição do presidente do BC no governo de Michel Temer foi objeto de resistência de Mantega, que pediu a autoridades econômicas de outros países que se adiasse a eleição. A candidatura de Ilan foi avalizada por Jair Bolsonaro. O ex-ministro defendeu, sem sucesso, que a votação deveria ser feita em janeiro, após a posse do presidente Lula. O petista, assim, poderia indicar o nome de sua preferência. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também disse que seria de “bom tom” deixar a indicação para o próximo governo. O BID, no entanto, descartou qualquer possibilidade de postergar a eleição, realizada no último domingo.
Mantega teve passagem relâmpago pela equipe de transição. Ele atuaria no grupo de trabalho (GT) de planejamento, orçamento e gestão como voluntário, já que está inabilitado pelo Tribunal de Contas da União a exercer cargo em comissão ou função de confiança na administração pública federal por punição envolvendo o caso das pedaladas fiscais.
O anúncio do seu nome causou incômodo em parte do mercado, que o responsabiliza pelo descontrole dos gastos públicos no governo de Dilma Rousseff. Ao deixar o GT, ele acusou “adversários” de usarem sua condenação no TCU para “tumultuar a transição e criar dificuldades para o novo governo”. (Por Edson Sardinha)
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