O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem se mostrado bastante otimista quanto ao avanço das discussões da reforma tributária. Muitas vezes, ele chegou a defender a importância desta reforma para a superação da crise econômica agravada pela pandemia de coronavírus que se espalhou pelo mundo. O presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Anfip), Décio Bruno Lopes, discorda de Maia. Para ele, a reforma tributária não sai em 2020 e muito menos representa a solução para a crise.
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“Se estiverem discutindo a reforma tributária como a salvadora da pátria, em decorrência da pandemia, essa premissa não é verdadeira”, aponta. Segundo o representante da associação, a saída da crise está em políticas de governo, em medidas econômicas emergenciais que movimentem a economia e medidas que protejam as vidas, trabalhando conjuntamente. A reforma tributária, segundo ele, é uma política de Estado, que vai durar mais tempo.
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Para Décio, a questão tributária no Brasil não será resolvida com uma discussão que se resuma a simplificação de tributos. Segundo ele, a simplificação é necessária e ajuda, mas não resolve. Ele defende que o debate deve ir muito além disso.
“Unificando diversos tributos sobre um tributo, ajudaria muito para o contribuinte e os operadores do direito tributário, mas a simplificação, somente, não resolve. Primeiro tem que identificar as competências. O Brasil é um país onde nós temos estados federados e nessa federação existem competências tributárias tanto dos estados quanto dos municípios e ninguém quer perder a sua competência tributária”, explica. Para que não haja perda de receitas de nenhum destes entes é necessário envolvê-los no debate, defende o especialista.
A Anfip, em conjunto com a Fenafisco e outras entidades, elaboraram uma proposta de reforma tributária denominada Reforma Tributária Solidária, propondo mudanças sobre a tributação sobre consumo para uma tributação sobre patrimônio e renda. Décio explica que hoje a carga tributária é maior no consumo, portanto, acaba pagando mais quem tem menos condição e capacidade contributiva. “Se você diminuir a tributação sobre o consumo e aumentar um pouco no patrimônio e renda, quem tem maior patrimônio e maior renda, em tese, vai estar pagando mais”, explica.
PublicidadeA Anfip apoia a 13ª edição do Prêmio Congresso em Foco e afirma que mesmo com a pandemia o Estado não pode parar e continua ativo. Para o presidente da associação, “o fato do Congresso não ser presencial não traz um desmérito para o trabalho da casa legislativa” e o prêmio é importante “para que o eleitor saiba se o seu parlamentar, está realmente prestando serviço conforme deveria ser prestado a sociedade de uma forma geral”, explica Décio, presidente da Anfip.
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Ronald Reagan disse uma vez que para cada imposto criado, o estado reage criando um gasto para consumi-lo. Muito provavelmente, essa reforma tributária será apenas uma fusão de impostos já existentes com alíquotas maiores do que as que existiam antes e a recriação da CPMF, desta vez definitiva e com outro nome. Ou seja mais impostos e maiores impostos para sustentar o estado deficitário, perdulário, ineficiente, incompetente e desonesto.