O relator da chamada PEC de Emergência Fiscal no Senado, Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), descartou qualquer possibilidade de rever o ponto da proposta que autoriza a redução do salário dos servidores em caso de crise fiscal. “Isso é um ponto essencial da PEC, não há como acatar”, disse Oriovisto ao Congresso em Foco. Senadores de diferentes partidos apresentaram emendas para derrubar esse dispositivo do relatório.
A proposta prevê, entre outros pontos, a autorização para que União, estados e municípios reduzam a jornada em até 25%, com diminuição proporcional de salários dos servidores, suspenda temporariamente promoções e progressões e mude as regras para avaliações individuais do funcionalismo.
O senador do Podemos já fez uma concessão sobre o tema. Ele estabeleceu que só estarão sujeitos ao corte aqueles servidores que recebem mais de três salários mínimos. A ideia é que servidores municipais ou estaduais com remunerações baixas não sejam muito afetados com a redução do valor.
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O parecer deve ser votado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no começo deste ano. Oriovisto aceitou sete emendas, que entre outras mudanças, incluem militares e membros do Ministério Público na contenção de despesas. Apesar de terem sido incluídos pelo senador na suspensão de aumento, os militares continuam fora da redução de 25% da carga horária e do salário.
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O relator evitou comentar se a categoria poderá ser afetada com o corte na remuneração. “A PEC ainda vai ter audiência pública, não adianta antecipar essas coisas, tudo isso vai ser discutido profundamente. Não é o relator que decide essas coisas, é a maioria. Se a maioria na CCJ for por um caminho, vou ter que obedecer, não tenho como, sozinho, colocar a PEC em um determinado caminho”.
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A proposta integra um pacote de ajuste fiscal elaborado pela equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, do qual também fazem parte a PEC dos Fundos, que extingue fundos infraconstitucionais de financiamento e a do Pacto Federativo, que desvincula despesas obrigatórias. O objetivo desse pacote, chamado de Plano Mais Brasil, é cortar gastos públicos e restabelecer o equilíbrio fiscal, retomando assim o crescimento econômico, segundo o governo.
Há uma disputa, porém, entre deputados e senadores em torno do assunto. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defende a votação de uma PEC do deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), que prevê restrições mais duras. A previsão de economia com a proposta do parlamentar fluminense é de cerca de R$ 90 bilhões. Já a do governo, de R$ 27 bilhões.
“Temos de tentar encontrar outros gatilhos, especialmente que atinjam os privilegiados, os subsídios tributários que afetam quem não precisa, as verbas indenizatórias que a gente sabe que são uma bagunça. Precisamos tanto de medidas duras como a redução da jornada e do salário quanto de ações também duras que afetem profissionais privilegiados”, disse ao Congresso em Foco esta semana o deputado Felipe Rigoni (PSB-ES), que relatará a PEC de Pedro Paulo na comissão especial.
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Férias de juízes e procuradores
No relatório que apresentou em dezembro na CCJ, Oriovisto sugere, entre outras mudanças, a redução do período de férias de magistrados e integrantes do Ministério Público. Segundo o senador, as duas categorias chegam a ter “incríveis 78 dias de descanso anuais”, enquanto congêneres, em outros países, como Portugal, gozam de 30 dias, a exemplo dos demais trabalhadores.
Para evitar contestações judiciais, a mudança valerá apenas para os futuros integrantes dessas carreiras. O senador também recomenda a aplicação de um bônus aos servidores quando for registrado superávit no caixa. “Se num contexto de aguda crise fiscal é justificável impor determinados sacrifícios ao funcionalismo, inclusive o da redução remuneratória, também é razoável que, nos períodos de bonança, quando verificado superávit primário, os servidores possam, de alguma forma, participar desse resultado positivo”, justifica. Esse bônus será custeado pelo correspondente a 5% do superávit, conforme lei complementar da União, do governo estadual ou da prefeitura.
O relator também veda o pagamento de despesas de pessoal que tenham efeitos retroativos, que tenham base em decisão judicial em que ainda cabe recurso, e sem lei específica que autorize ou dê o critério de cálculo, ou ainda com efeitos posteriores ao final do mandato do titular do Poder.
O relatório de Oriovisto também prevê que poderá ser concedida autorização para o descumprimento da regra de ouro ainda durante a discussão da lei orçamentária do próximo exercício. Ou seja, já se iniciará o exercício com a definição de que a regra de ouro não será cumprida e com todos as restrições em vigor.
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Esse site é faz propaganda contra o servidor público do executivo, especialmente, do baixo escalão, que não tem nenhum tipo de barganha no Congresso. Quero ver falar dos salários do alto escalão do legislativo e do judiciário. Esse é o presente desse governo pra quem de fato está trabalhando nesse momento de pandemia e que dá o sangue pelo país – servidores da saúde, educação e pesquisadores de centros de pesquisa e universidades. Esses, que mais trabalham na estrutura da sociedade, serão os mais prejudicados. Isso é obra desse Partido Novo e seus admiradores. Lutemos povo brasileiro contra essa desgraça que se abateu sobre o país.
Tem acabar privilégio de político aí resolve
Concordo se TAMBÉM reduzir os salários do JUDICIÁRIO e do LEGISLATIVO… POIS só lembram dos servidores do executivo na hora de reduzir valores… Podiam reduzir os salários de juízes, ministros, assessores legislativos, etc…
Bozzo acabou de criar 514 cargos comissionados na PF aumentando, substancialmente, as despesas do governo. Deu aumento de mais de 60% para oficiais de alta patente nas Forças Armadas. Vai usar dinheiro público para ajudar os bancos privados. E vai reduzir o salário dos servidores públicos? Tá de brincadeira!!!!!
Ponto essencial, Oriovisto querido, é cortar 25% do salário de vossas excelências aí do congresso, bem como da elite do funcionalismo. Estamos todos juntos por um Brasil melhor, não estamos? Tem dinheiro pra vocês, tem dinheiro para aumentar o vale alimentação do judiciário, tem dinheiro para aumentar o salário dos militares, ótimo, só não tem dinheiro para o trabalhador de base né, seja ele clt ou servidor… a nossa miséria tem que ser reduzida… Gente, não caiam nessa conversinha sem vergonha, é uma economia seletiva…