Apesar de o presidente Jair Bolsonaro continuar defendendo regras mais brandas de aposentadoria para os policiais, seu partido não deve apresentar destaques ao texto de reforma da Previdência que será votado nesta semana na Câmara dos Deputados. Líder do PSL na Casa, Delegado Waldir (GO) disse ao Congresso em Foco que a bancada não pode desidratar a reforma e e, por isso, prefere não propor mudança na aposentadoria dos policiais. Delegado da Polícia Civil, Waldir admite que torce para que outras legendas tomem a iniciativa de colocar o tema em debate no plenário.
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“Se tiver destaque, vai ser de outro partido”, enfatizou. “O PSL prefere não apresentar destaques e deixar que outro partido apresente, desde que esse destaque seja de comum acordo entre os líderes”, declarou. Ele explicou que o PSL assumiu um compromisso com a reforma e, por isso, não pode “dar margem aos que podem votar contra a reforma com destaques que não sejam previamente acordados com o relator e com Rodrigo Maia”. “Qualquer diálogo tem que ser conduzido pelo Rodrigo Maia”, reforçou.
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Na semana passada, agentes de segurança hostilizaram o presidente Jair Bolsonaro, lideranças do PSL, como a deputada Joice Hasselmann (SP), e o próprio partido do governo, chamando-os de “traidores”. Em café da manhã com representantes da bancada ruralista, Bolsonaro disse que considerava que o governo havia errado com a aposentadoria dos policiais e pediu apoio para a revisão das regras para a categoria. Dois destaques que previam regras mais suaves para a aposentadoria de policiais foram rejeitados pela comissão especial.
O presidente da Câmara dos Deputados tinha uma reunião marcada com líderes partidários nesta segunda-feira (8) para fazer os ajustes finais da votação da reforma. Essa reunião, porém, ficou para a manhã desta terça-feira (9), dia em que Maia quer dar início aos debates do texto no plenário da Câmara. Aos policiais, resta esperar, então, que algum acordo em relação às regras de aposentadoria da categoria seja costurado nesse encontro. “É uma questão de diálogo”, amenizou Waldir, lembrando que siglas como o PSD apresentaram destaques em favor dos policiais na comissão especial da reforma e podem voltar a tratar do assunto no plenário.
O PSD ainda não definiu se reapresentará o destaque 40, que ganhou o apoio dos profissionais de segurança pública na votação da comissão especial. A bancada da bala tem se articulado nesse sentido. O PSL, segundo Delegado Waldir, só deve apoiar esse destaque se ele for aceito e acordado com Mais e os líderes partidários, sobretudo os do Centrão, fundamentais à aprovação da reforma no plenário.
“O PSL é o único partido que fechou com a reforma. Então, não podemos desidratar a reforma […] A tendência é acompanhar o que for acordado e dialogar com os partidos do centro”, afirmou o líder do partido na Câmara. Ele ainda admitiu o protagonismo de Rodrigo Maia, que, nesta segunda-feira (8), disse que a eventual aprovação da reforma da Previdência será uma vitória do Congresso, e não do governo. “O PSL vota com o que for dialogado com o presidente Rodrigo Maia. O PSL não vai trair Rodrigo Maia”, prometeu Delegado Waldir.