Em sua última reunião, a Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergéticas (Creg), colegiado liderado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), avaliou a necessidade de preservar as medidas de contenção de gastos energéticos nos próximos meses para evitar racionamentos de água. Entre as orientações, está a manutenção da bandeira tarifária nas contas de luz, medida contrária aos interesses do presidente Jair Bolsonaro.
A reunião ocorreu na última sexta-feira (15), um dia após o presidente se pronunciar contra a manutenção da taxa, afirmando que iria determinar que a pasta reduzisse o valor. O ministério se pronunciou de forma contrária, seguindo as orientações da Creg. O órgão avalia que, em conjunto com as demais medidas adotadas na contenção da crise energética, as tarifas estão apresentando “resultados promissores”.
A orientação da Câmara de Regras é de preservar as medidas durante os próximos meses, mesmo no período chuvoso nas regiões norte e centro-oeste. “A situação ainda requer atenção, fato também impactado pelas atuais condições do solo, bastante seco, e, portanto, maiores dificuldades de transformação das chuvas em vazões, ou seja, em volumes significativos de água que chegam nos reservatórios do país”, afirmam em nota.
O economista Frederico Gomes, do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais, explica que a situação climática é um fator determinante para que se possa considerar a redução das tarifas da conta de luz. “Estamos passando por um período de muita pouca chuva em regiões que têm importantes reservatórios de hidrelétricas. Isso obriga o acionamento das usinas termelétricas, que têm um custo de geração de energia muito mais alto”, explica.
Os custos da produção e a bandeira tarifária serão discutidos pelo MME junto com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) na próxima quinta-feira (21).
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