Reinaldo Fujimoto*
A necessidade de vender patrimônio público para equilibrar o orçamento do Estado brasileiro é um assunto árido, mas está na agenda do país neste segundo semestre. O Executivo anuncia uma série de ações de desestatização e de desinvestimento público. O Judiciário já se manifestou coroando a tese de que decisão sobre as empresas públicas, exceto suas subsidiárias, é assunto de competência do Congresso Nacional. E o Legislativo, em busca de garantir suas prerrogativas, pretende retomar protagonismo no tema.
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Mas o que pensam os parlamentares que tomaram posse em janeiro a respeito do tema? As empresas públicas são estratégicas? Ou devem ser privatizadas? Especificamente sobre o Banco do Brasil, que fechou o ano de 2018 com R$ 1,417 trilhão em ativos totais, qual a percepção? São a favor ou contra?
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Ao entrevistar 297 parlamentares, sendo 40 senadores e 257 deputados, de todos os partidos políticos, pesquisa do Instituto Data-Poder360 trouxe um retrato que aponta restrições do Congresso Nacional sobre a agenda privatizante proposta pelo Executivo.
A permanência do BB como banco público foi defendida por 67% dos entrevistados. Outros 23% não responderam/não sabem e apenas 11% responderam favoravelmente pela privatização.
PublicidadeO posicionamento dos parlamentares é oportuno. A discussão saudável, nos tempos atuais, no âmbito legítimo do Congresso Nacional, seria procurar caminhos para transformar o que tem caráter estatal em estrutura cada vez mais “pública”, o que significa utilidade social, eficácia e sólida governança visando resguardar o interesse da sociedade.
Como entidade independente, sem vinculação político-partidária, sustentada e mantida unicamente pelos seus quase 100 mil associados, a ANABB-Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, endossa o papel do BB como banco que pode contribuir ainda mais para a retomada do crescimento, fomentando negócios e apoiando a expansão do setor produtivo de modo a gerar emprego e renda.
Sob esta perspectiva, os congressistas opinaram também sobre quais áreas o BB deve atuar mais para contribuir para o país. De acordo com 25% dos parlamentares, o agronegócio deve ser prioridade. Outros 23% defendem que seja o crédito para micro, pequenas e médias empresas. Já o crédito para agricultura familiar alcançou 29% de citações e o apoio à infraestrutura ficou com 14%. Inovação & tecnologia atingiu 9%, enquanto comércio exterior registrou 5% de manifestações. Outros 5% não souberam/não responderam.
Hoje, dia 22 de agosto, a íntegra desta pesquisa será apresentada em sessão solene na Câmara dos Deputados, data alusiva ao movimento nacional #nãomexenomeuBB. A campanha, lançado pela Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, tem como proposta ser um espaço de luta para o fortalecimento da atuação pública do BB sem prejuízo de suas atividades mercadológicas.
O desafio para todos os que acreditam na solidez e no papel social da empresa pública é reunir forças para enfrentar a avalanche de ideias simplistas, fake news e a demonização do Estado. Este é o bom combate que esperamos fazer, convencendo a quem não tem informações, ou aqueles com dados distorcidos, que um banco público sólido como o BB, que conta com funcionários capacitados e comprometidos, é um dos motores para o crescimento do País, de Norte a Sul.
* Reinaldo Fujimoto – presidente da ANABB-Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil.
Estratégico? Estratégico para quem? Só se for para eles!
Eu tenho certeza que na privatização desse Monstrengo Brasilis só as contas dos funcionários públicos,(em demasia), é que interessam, Quem vai bater no peito e dizer: Vou abrir uma conta no BB? BB e Caixa não funcionam..
Claro. No Banco do Brasil é que eles fazem seus empréstimos camaradas. Sem contar com o corporativismo estatal.
Tem funcionário do BB que faz empréstimos sem juros…depende da graduação dele..