Reinaldo Fujimoto*
O País ouve, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a constatação de que 522 mil empresas fecharam durante a pandemia. A pesquisa “Pulso Empresa: Impacto da covid-19 nas empresas”, do IBGE, mostrou ainda que apenas 13% tiveram acesso aos recursos da União para enfrentar os efeitos adversos do coronavírus.
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Os desafios são gigantescos: o crédito precisa irrigar a economia e alcançar quem mais precisa, sobretudo os microempreendedores.
Nesta hora de urgência, onde o gargalo do crédito asfixia ainda mais a economia, projeta-se o papel efetivo dos bancos públicos.
Mesmo totalmente alijado de políticas públicas, o Banco do Brasil tem sido, até aqui, uma das instituições que mais emprestou recursos dentro do Pronampe, o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte.
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A lógica do Governo Federal – em relação ao Banco do Brasil – foi passar uma mensagem ao mercado de que não haveria mais influência do Estado sobre o papel do BB e, portanto, toda sua dimensão pública seria encolhida.
De fato, isto ocorreu. E no pior momento.
Não se trata de defender o papel social do Banco do Brasil como uma alternativa que passa ao largo do retorno aos acionistas e da manutenção dos índices de rentabilidade de uma empresa de dupla natureza. Desde 1996 o BB vem, sucessivamente, atuando dentro de um modelo no qual, de um lado, o Tesouro Nacional é o controlador e demanda eficiência operacional. De outro, investidores privados confiam na entrega de resultados da empresa.
Ao ler o noticiário, fica evidente o quanto o cenário futuro vai exigir esforços do Estado. Sob a perspectiva de um cenário complexo, para emprego, renda e sobrevivência dos negócios, é preciso romper o dogmatismo e a visão estreita.
Não é excludente ser um banco competitivo e rentável e contribuir para a gestão pública em momentos onde o Estado precisa fazer mais e melhor.
Os representantes do povo no Congresso Nacional, transformado em contraponto relevante ao radicalismo liberal da equipe econômica, sabem que o BB tem papel vital para a economia do País, inclusive em pesquisa realizada no ano passado pelo Instituto DataPoder360. A maioria dos parlamentares (67%) é contra a privatização do Banco do Brasil, 84% consideram o BB eficiente, 77% responderam que é relevante para a economia brasileira e 74% opinaram que é estratégico para o País.
Os funcionários do Banco do Brasil estão a postos e conhecem o Brasil real. Há esperança para o crédito.
* presidente da Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil
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