Não há como não se manifestar sobre o adesivo sexista feito contra a presidenta Dilma Rousseff. É preciso repudiar este tipo de material, não por ser contra Dilma, mas por ser contra a mulher, independentemente de qual seja.
O adesivo prega a violência sexual contra Dilma e, como consequência, contra todas as mulheres.
É repugnante que alguém possa pensar, quanto mais elaborar, um material não só extremamente machista, mas que propõe a violação e a tortura de mulheres.
O adesivo sexista, ao insinuar a introdução de um bico de mangueira de bomba de combustível na vagina da presidenta ou de qualquer mulher, faz apologia à violação, ao estupro, à tortura.
É repugnante que alguém elabore, como é repugnante que alguém coloque à venda, como fez o site de vendas Mercado Livre, que tem como uma das sócias Verônica Serra, filha do senador José Serra (PSDB-SP).
O protesto contra tal adesivo foi feito inclusive pela ONU, menos pelo PSDB (FHC, Aécio Neves, José Serra, etc), pelo DEM (Caiado, Agripino Maia, etc.) e pelo PPS (Roberto Freire). Se fizeram, desculpe-me por listá-los, mas não vi, ouvi ou li que tenham protestado.
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Conforme a ONU, este adesivo não só prega, mas é uma violência política sem precedentes. E faz apologia à violência sexual, como se o Brasil, um dos países mais machistas do mundo, já não fosse também um dos mais violentos do planeta.
É um dos países que mais comete o feminicídio.
Este adesivo é mais um dos componentes da pregação de violência e de desrespeito aos direitos humanos e civis em ascensão no nosso país. Desrespeito não por agressão do Estado, como foi na ditadura militar, mas pelo comportamento de setores da sociedade, alimentados por partidos (PSDB, PPS, DEM, Solidariedade e PSC) e lideranças políticas de direita e por um amplo setor da imprensa.
Ameaçam qualquer pessoa que pense diferente, seja politicamente, seja por questão étnica, de gênero e de religião. A violência de gênero, da qual a presidenta foi vítima, é repugnante.
Temos visto atos de que jamais imaginava que o ser humano fosse capaz. Registro três crimes bárbaros e repugnantes, que animal irracional nenhum cometeria, mas o homem, o ser da razão, cometeu.
Em Queimadas, na Paraíba, em fevereiro de 2012, quatro mulheres e uma adolescente de 17 anos foram violentadas, estupradas e torturadas por dez homens. Duas delas foram assassinadas.
No final do mês de maio passado, tomei conhecimento do bárbaro crime cometido contra quatro adolescentes no município de Castelo, estado do Piauí.
Quatro adolescentes (uma de 17 anos, duas de 16 e outra de apenas 15 anos) foram violentamente agredidas, física e psicologicamente, por cinco indivíduos, estupradas e jogadas de um despenhadeiro. Uma delas veio a falecer.
Pouco tempo depois, outro bárbaro crime ocorreu no município de Capistrano, estado do Ceará. Duas moças foram estupradas por cinco homens e uma delas, assassinada.
É neste país onde os homens, de uma maneira geral, perderam toda e qualquer sensibilidade humana é que vem à tona esta agressão sexista à presidenta Dilma. É o machismo repugnante se manifestando.
A ONU chamou a atenção: o adesivo que atacou a presidenta é “expressão de misoginia (ódio, desprezo ou repulsa ao gênero feminino e às características a ele associada) e interpelação dos direitos humanos de mulheres e meninas”.
Não podemos ficar calados. Os responsáveis têm que ser identificados e processados. Eles têm de responder civil e penalmente.
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