Psol protocolou uma representação na procuradoria-geral da República (PGR) nesta quarta-feira (27) solicitando a declaração de nulidade da nomeação de Sérgio Nascimento de Camargo como presidente da Fundação Palmares.
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Camargo foi nomeado ontem pelo secretário especial de Cultura, Roberto Alvin, no lugar de Vanderlei Lourenço, e tem um extenso histórico de embates com o movimento negro. Dentre as polêmicas ditas por ele está uma publicação que afirma que “negro de esquerda é burro, é escravo”.
No documento apresentado à PGR, o Psol afirma que a nomeação de Camargo é “absolutamente antijurídica e contrária ao interesse público, uma vez que sua trajetória, historicamente, é radicalmente contrária aos interesses que a Fundação busca defender”.
O partido afirma que o “novo Presidente da Fundação Cultural Palmares é jornalista e militante de direita, marcado por atacar o Movimento Negro brasileiro, suas bandeiras e lideranças”, entre eles o ator Lázaro Ramos, a vereadora Marielle Franco e a filosofa e ativista Angela Davis.
“Diante de tais posicionamentos, resta evidente a incompatibilidade entre a trajetória e os valores do senhor SÉRGIO NASCIMENTO DE CAMARGO e aqueles valores que a lei determina que devem ser perseguidos pela Fundação Cultural Palmares”, afirma o partido.
Além da anulação da nomeação, o Psol pede que a PGR abra um procedimento para apurar a conduta do secretário executivo da Casa Civil, Fernando Wandscheer, que estava ocupando o cargo de ministro substituto e foi o responsável pela nomeação de Camargo. De acordo com o partido, Wandscheer frustou “o cumprimento dos deveres constitucionais conferidos ao Estado brasileiro para enfrentar o racismo institucional e estrutural e para promover políticas de promoção da igualdade racial”.
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