A discussão da PEC que proíbe o aborto no Brasil, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (27), foi paralisada após manifestantes contra a proposta serem expulsos. Diante dos cantos de “retira a PEC” e “criança não é mãe, estuprador não é pai”, a deputada Caroline de Toni (PL-SC), presidente do colegiado, pediu à segurança da Casa para retirar os manifestantes. Em meio a confusão, a deputada Simone Marquetto (MDB-SP) convidou os colegas para rezar Ave Maria. Com objetivo de “apaziguar os ânimos”, a parlamentar começou a entoar a oração, acompanhada pela deputada Chris Tonietto (PL-RJ).
“É uma pena, essa militância vocifera, grita, mas não tem racionalidade para rebater o que eu estou falando. Eu estou falando de fatos, eu não estou falando de invencionice jurídica”, rebateu Chris Tonietto, relatora do texto de iniciativa do ex-deputado Eduardo Cunha.
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Antes, o deputado Roberto Duarte (Republicanos-AC), que presidia a sessão na ausência de Caroline de Toni, pediu em vão silêncio para continuar os trabalhos. A presidente da CCJ retomou seu lugar e alertou: “Se não fizerem silêncio, serão convidados a se retirar do plenário”. Após os cantos continuarem, a deputada pediu à Polícia Legislativa para tirar os manifestantes. “Vamos pedir reforço policial”, acrescentou.
No momento em que a polícia já retirava os manifestantes do plenário,que gritavam “sem violência”, a deputada Simone Marquetto convidou a relatora Chris Tonietto a rezar Ave Maria para se manifestar contra.
Com a confusão entre deputados e presentes no plenário, a mesa da presidente Caroline de Toni foi cercada. Na ocasião, a deputada ainda discutiu com Sâmia Bomfim (Psol-SP). Após não conseguir acalmar os gritos dos manifestantes, a presidente da CCJ suspendeu os trabalhos. “Nós vamos suspender os trabalhos e voltaremos no próximo plenário. Só entrarão deputados, assessores, e a técnica da CCJ. Vamos avaliar se a imprensa vai entrar”, disse.