Políticos e eleitores filiados a partidos que compõem a coligação do ex-presidente Lula (PT) representam a maior parte das vítimas de crimes relacionados à violência política entre setembro de 2020 e agosto de 2022, conforme revela um estudo realizado pelas organizações de direitos humanos Terra de Direitos e Justiça Global. No caso de Bolsonaro, a soma de vítimas entre os partidos de sua coligação não alcança a posição de nenhum dos três primeiros lugares, individualmente.
Ao todo, o PT, Psol e PSB foram alvo, ao longo do período estudado, de 32,58% dos casos de violência política. Do outro lado, os partidos coligados a Bolsonaro (PL, PP e Republicanos) somaram 12,75%. A coligação de Simone Tebet (MDB, PSDB, Podemos) já contabilizou ao menos 9,95% . O levantamento ainda apontou para uma massa de 30,12% de vítimas que ou não pertencem a partidos, ou são filiadas a partidos pequenos.
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Uma vítima a cada 26 horas
O estudo ainda alerta para o rápido crescimento dos casos de violência política desde o início da gestão de Bolsonaro. A série histórica iniciada em 2016 apontava para uma média anual de 43 vítimas até 2018. Em 2019, esse número subiu para 136, mantendo uma taxa equivalente até 2022. No ano eleitoral, os casos dispararam novamente: entre o início de janeiro e o início de outubro, já foram contabilizados 247 casos, representando uma vítima de violência política a cada 26 horas.
O perfil desses casos mudou ao longo do tempo. Em 2020, ano das eleições municipais, foi registrado o pico de casos de assassinato por motivação política, com 40 mortes e 91 atentados contra candidatos, políticos ou eleitores. Em 2022, os assassinatos confirmados caíram para oito, e os atentados para 23. As ameaças de morte, porém, dispararam: nas municipais a contagem foi de 38 casos, enquanto no ano das eleições federais foram 85 até o primeiro turno. As agressões também bateram recorde, com 59 episódios em 2022 contra 15 de 2020.
São Paulo e Minas Gerais foram os recordistas de violência política no período eleitoral de 2022. O primeiro, com um total de 23 ocorrências, contabilizou um assassinato, um atentado e 12 ameaças de morte. O segundo, com total de 17 casos, acumulou um assassinato e nove ameaças. Em mortes, porém, o Rio de Janeiro fica no topo: de seus 15 casos de violência, cinco resultaram em morte.
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