No início da manhã desta segunda-feira (9), cerca de 3.500 mulheres do Movimento Sem Terra (MST) ocuparam a sede do Ministério da Agricultura, em Brasília. O ato é uma resposta à realização de “uma distribuição de titularidades individuais dos lotes de terra para os assentados de reforma agrária, a chamada titularização das terras, que visa a privatização das áreas; os cortes nos investimentos públicos; e a liberação desenfreada de agrotóxicos pelo governo Bolsonaro”, diz nota da entidade.
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Após pouco mais de uma hora de ocupação e diversas intervenções, como o derramamento de um líquido vermelho simulando o sangue das trabalhadoras Sem Terra, as mulheres deixaram o espaço e fizeram uma caminhada pela Esplanada dos Ministérios até a entrada do Congresso Nacional. O grupo então se dissipou e cada comitiva retornou para seu estado, porém, a caravana do Piauí foi detida pela Polícia Federal, junto com sua advogada. O grupo foi liberado somente no início da tarde.
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“É claramente uma ação de intimidação contra quem apoia os movimentos e contra quem luta”, declarou o deputado Paulo Pimenta (PT-RS).
A advogada Barbara Luandy Freitas de Souza foi apontada pelos policias como responsável pela ocupação do ministério, o que é negado por membros do MST. Até o momento não aconteceu o indiciamento de nenhum dos envolvidos.
Outras reivindicações
As manifestantes também criticam a liberação de agrotóxicos no país, que, segundo o Ministério da Agricultura, foram 474 agrotóxicos em 2019. A maior liberação dos últimos 15 anos.
O movimento também se coloca contra a MP 901/19 que irá excluir da proteção ambiental de 4.745 hectares da flora nos estados do Amapá e Roraima e abrir estas áreas para a mineração. Já a chamada MP da Grilagem (MP 910/19) flexibiliza as regras de regularização fundiária, repassando áreas da União até 2.500 hectares ao valor irrisório de 10% sobre a terra nua à invasores ilegais, que se valeram do crime de grilagem para se abonar destas terras.
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