Protestos contra o presidente Jair Bolsonaro e a favor da democracia estão marcados em várias capitais brasileiras neste domingo (7). As principais pautas das manifestações são a luta contra o racismo, fascismo e a defesa da democracia.
O movimento ganhou impulso no fim de semana passado, quando integrantes de torcidas organizadas de times de futebol fizeram ato na Avenida Paulista, em São Paulo (SP).
Neste fim de semana , manifestações estão marcadas em cidades como Brasília (DF), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Belo Horizonte (MG), Cuiabá (MS) e Porto Velho (RO).
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A maioria dos atos é organizado pelo grupo Antifas, abreviação do termo “antifascistas”.
O presidente Jair Bolsonaro tem pedido para que seus seguidores fiquem em casa. Porém, em Brasília, o grupo bolsonarista 300 do Brasil e professores de artes marciais, prometem ir às ruas. Os 300 prometem fazer um “treinamento intensivo de técnicas de revolução não violenta” e os lutadores pretendem fazer um ato em defesa da bandeira nacional.
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Um cenário semelhante deve acontecer no Rio de Janeiro, onde lutadores estão convocando uma manifestação para, nas palavras deles, impedir agressões contra “pessoas de bem”.
Em Brasília, Bolsonaro disse que avaliava pedir o acompanhamento da Força Nacional de Segurança Pública para monitorar os protestos contra o seu governo. No entanto, a ideia foi descartada pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).
Os partidos de esquerda estão divididos sobre a realização dos atos. A direção nacional do PT divulgou nota na quinta-feira (4) apoiando os atos.
“Nós, do Partido dos Trabalhadores, somos solidários aos que participam destes atos e sofrem os ataques da repressão e de provocadores”.
O partido pede também que haja precauções para evitar aumento da disseminação do coronavírus.
“Considerando as condições impostas pela pandemia, recomendamos que os participantes das manifestações observem da melhor maneira possível, as medidas recomendadas pela OMS, como uso de máscaras e o distanciamento social”.
A nota é assinada pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman, e pelos líderes no Senado, Rogério Carvalho (SE), e na Câmara, Ênio Verri (PR).
No entanto,também na quinta-feira, senadores de partidos de esquerda escreveram um comunicado desaconselhando a ida aos protestos. O texto inclusive é assinado por um integrante do PT, o senador Jaques Wagner (BA), que é vice-líder da sigla.
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“Nosso pedido parte da avaliação de que, não tendo o país ainda superado a pandemia, que agora avança em direção ao Brasil profundo, saindo das capitais e agravando nos interiores, precisamos redobrar os cuidados sanitários e ampliar a comunicação com a sociedade em prol do distanciamento social”, diz a nota.
Também subscrevem o líder da minoria do Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP); líder do Cidadania, Eliziane Gama; do PDT, Weverton Rocha (MA); do PSB, Veneziano Vital do Rêgo (PB); do PSD, Otto Alencar (BA);
Leia a seguir um resumos dos protestos contra Bolsonaro em algumas capitais do país.
Brasília (DF)
Pelo menos dois atos estão marcados na capital federal. O primeiro deles aconteceu nesse sábado e é intitulado de “Fora Bolsonaro #EleNão”. A manifestação foi organizada pelo grupo Fora Bolsonaro DF e a concentração foi marcada para as 14h no Museu Nacional da República, perto da Rodoviária do Plano Piloto e da Esplanada dos Ministérios.
Está marcado para domingo, às 9h, a “Marcha Antifascista: Todos Contra o Fascismo”. A concentração está programada para ser na Biblioteca Nacional, também nas imediações do local do protesto de sábado. Os organizadores são a Frente Antifascista DF e Estudantes Antifascistas.
Apesar de contar com a participação de integrantes de torcidas organizadas, os organizadores dizem que os atos não são organizados institucionalmente pelas torcidas.
“Ressaltamos que este não é um ato institucional convocado pelas instituições de Torcidas Organizadas, mas sim de integrantes e torcidas ‘Antifas’. Os membros têm entrado nesta luta sendo protagonistas destas ações antidemocráticas”.
Os organizadores do ato de domingo disseram, por meio de nota à imprensa, que fazem reuniões com o secretário estadual de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, para combinar a segurança dos atos.
Eles declaram que vão seguir as normas de distanciamento social exigidas para que o coronavírus não continue com transmissão acelerada.
“Estaremos todos seguindo as recomendações de distanciamento, evitando ao máximo contato físico. O uso de máscaras será obrigatório. Pedimos aos manifestantes que venham ao ato de preto, em luto pelas vítimas do corona vírus e do extermínio de negras e negros no país”.
São Paulo (SP)
Na capital paulista está marcado para domingo, às 14, o ato “Mais Democracia – Ato Fascista e Antirracista”. Os organizadores são a “Povo Sem Medo” e “Mais Democracia”. A concentração está marcada para ser no vão livre do MASP, na Avenida Paulista.
Na convocação, os organizadores pedem obediência às regras de distanciamento social e afirmam que vão tornar disponível um manual de conduta contra o coronavírus para ser seguido no protesto.
“Vamos respeitar o distanciamento social. Todos devem estar de máscara, levar álcool gel e respeitar a distância de 1,5 m. Orientamos que as pessoas que fazem parte do grupo de risco possam apoiar o ato das suas casas.”
Rio de Janeiro (RJ)
O ato “Vidas Negras Importam”, organizado pelo Coletivo Marielle Franco, vai sair no domingo, às 15h, do Monumento ao Zumbi dos Palmares, na Praça Onze, centro da capital do estado.
Na convocação para os ato, os organizadores citam casos recentes e notórios de mortes de negros na cidade.
“Esse ato é uma resposta a ação genocida do Estado, nas periferias do Brasil e no mundo, contra a população negra e que segue ocorrendo e aumentando nos últimos tempos mesmo em meio a uma pandemia. Por Ágatha, por Marielle, por João Pedro, Marcos Vinícius, Maria Eduarda, não seguiremos apáticos diante desse genocídio”.
Florianópolis (SC)
Na capital catarinense está marcado o ato “Basta de Genocídio do Povo Negro! Vidas negras importam!”. A concentração está prevista para acontecer no domingo, às 14h, na Catedral Metropolitana, no centro da cidade. Entre os organizadores estão a Juventude Revolução do PT-SC, Unidade Popular Pelo Socialismo e Movimento Hip Hop Militante Quilombo Brasil.
“O cenário de crise sanitária, política e econômica que se escancara nessa pandemia exige que, mesmo em uma situação tão delicada, de necessário isolamento social, nos lancemos às ruas para contrapor essa escalada golpista e fascista do governo e defender os direitos básicos de nossa gente à saúde, isolamento e renda garantidos, testes de COVID-19 para todos… o direito à vida digna”‘, diz trecho da convocação.
Fortaleza (CE)
Está marcada para o domingo, às 15h, a manifestação “Ato Antifascista – Antirracista – Fora Bolsonazi”. A concentração está prevista para acontecer na Praça Portugal, na avenida Desembargador Moreira, área nobre da cidade. O ato é organizado pela Ação Antifascista de Fortaleza.
Os organizadores do evento na capital cearense orientam para que o grupo de risco do coronavírus não participem do protesto. Eles também afirmaram que vão divulgar um manual com condutas contra a disseminação da doença.
Porto Velho (RO)
O “Ato Antifascista” está programado para acontecer no domingo, às 14h, na Praça Três Caixas D’água, centro da capital rondonense. A organização é feita pela Frente de Luta Antifascista.
“Deixando bem óbvio, somos favoráveis ao distanciamento social, mas a conjuntura política no obriga a ocupar as ruas para lutar contra toda atrocidade do atual governo, que desacredita das instituições democráticas, da ciência e impõe uma política centralizadora e autoritária. Vimos isso nas manifestações de domingo”.
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