O governo federal suspendeu a nomeação de Sérgio Camargo para presidência da Fundação Palmares. A suspensão foi publicada em sessão extraordinária do Diário Oficial nessa quarta-feira (11) e atende a uma decisão do Juízo da 18ª Vara Federal da Seção Judiciária do Ceará, que na semana passada derrubou essa nomeação por conta das declarações em que Camargo negou a existência do racismo no Brasil.
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O despacho do governo de Jair Bolsonaro alega que houve um desvirtuamento da nomeação de Sérgio Camargo, por haver uma incompatibilidade entre as declarações do indicado para o cargo de presidente da Fundação Palmares e os princípios da instituição, que tem como dever resguardar a cultura da população negra.
Nas redes sociais, o jornalista Sérgio Camargo fez declarações em que afirmou que “negro de esquerda é burro, é escravo”, criticou o rap, o funk, a capoeira e seus adeptos. Além disso, ele fez a seguinte afirmação: “Negros sempre ESCRAVIZARAM negros. Escravizam até hoje na África. Quer reparação histórica? Vá cobrar no Congo! Boa sorte!”.
O então presidente da Fundação Palmares recebeu, então, críticas de diversos setores da sociedade civil. Um abaixo assinado que pedia a saída dele da instituição chegou a receber mais de 10 mil assinaturas. E o Psol pediu a suspensão dessa nomeação à Procuradoria-Geral da República.
Outras suspensões
No Diário Oficial dessa quarta-feira, o governo também tornou sem feito a nomeação da arquiteta mineira Luciana Rocha Feres para a presidência do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico. O documento, assinado pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, ainda tirou Alfredo Eduardo dos Santos do cargo de Secretário Nacional de Habitação do Ministério do Desenvolvimento Regional, que volta para as mãos de Celso Toshito Matsuda.
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